Câmara do Recife derruba projeto que previa voto secreto para eleição da Mesa Diretora

Em sessão nesta segunda (22), vereadores rejeitaram a adoção do voto secreto na eleição da Mesa Diretora e a criação de emendas impositivas

Plantão Jamildo.com

por Plantão Jamildo.com

Publicado em 22/09/2025, às 19h01 - Atualizado às 19h02

Visão de cima de plenário da Câmara do Recife com diversos vereadores sentados
Câmara aprovou diminuição de impostos das bets - Câmara do Recife

Em sessão realizada nesta segunda-feira (22), a Câmara Municipal do Recife analisou duas propostas que alterariam a dinâmica do Legislativo: a instituição do voto secreto para a eleição da Mesa Diretora e a adoção de emendas parlamentares impositivas. Ambas foram rejeitadas por maioria, com 25 votos contrários em cada caso.

O projeto de emenda à Lei Orgânica previa que a escolha da Comissão Executiva da Casa passasse a ser feita por votação secreta, em formato semelhante ao adotado pelo Congresso Nacional. A justificativa apresentada pelo autor foi a de que a medida garantiria maior independência dos parlamentares, afastando riscos de coação ou retaliação política.

O texto alterava o artigo 11 da Lei Orgânica do Recife para prever que a eleição da Mesa Diretora, realizada no primeiro ano de cada legislatura, tivesse mandato de dois anos, com possibilidade de recondução, e fosse realizada de forma secreta. Segundo a argumentação incluída no projeto pelo então vereador Almir Fernando (PCdoB), o voto secreto encontra respaldo no artigo 14 da Constituição Federal, que garante a soberania popular por meio do sufrágio direto e secreto. Apesar disso, foi derrubado pela maioria. 24 votos contrários e 9 favoráveis.

Debates em plenário

Durante a votação, vereadores favoráveis ao projeto compararam a medida a regras já adotadas no Congresso Nacional e em outros municípios, como Jaboatão dos Guararapes. “Municípios como Jaboatão já têm emenda impositiva, e no Recife queremos que 1% de tudo o que for arrecadado tenha essa destinação”, disse Felipe Alecrim, que também defendeu as emendas parlamentares obrigatórias.

Parlamentares da base governista, no entanto, destacaram a transparência como elemento fundamental da atividade legislativa. O líder do governo, Samuel Salazar (MDB), orientou a bancada a votar contra os projetos. “Tem deputado e senador querendo se comportar como presidente da República”, afirmou Kari Santos (PT), ao criticar as propostas.

Jô Cavalcanti (PSOL) também se manifestou: “O Congresso está indo contra o povo e não queremos que o Recife adote o mesmo modelo”. A proposta de emendas impositivas previa a execução obrigatória de 1,2% da receita corrente líquida do município para atender a indicações dos vereadores, semelhante ao mecanismo existente no Congresso Nacional. O projeto também foi derrubado, tendo apenas seis votos "sim", contra 25 votos "não".

Como votaram os vereadores - Voto secreto

Plenário da Câmara do Recife

Sim – 9

  • Agora é Rubem (PSB)
  • Alcides Teixeira Neto (Avante)
  • Davi Muniz (PSD)
  • Eduardo Moura (Novo)
  • Felipe Alecrim (Novo)
  • Fred Ferreira (PL)
  • Gilson Machado Filho (PL)
  • Luiz Eustáquio (PSB)
  • Thiago Medina (PL)

Não – 25

  • Aderaldo Pinto (PSB)
  • Professora Ana Lúcia (Republicanos)
  • Carlos Muniz (PSB)
  • Chico Kiko (PSB)
  • Cida Pedrosa (PCdoB)
  • Eduardo Mota (PSB)
  • Eriberto Rafael (PSB)
  • Fabiano Ferraz (MDB)
  • Flávia de Nadegi (PV)
  • Gilberto Alves (PRD)
  • Hélio Guabiraba (PSB)
  • Jô Cavalcanti (PSOL)
  • Júnior Bocão (PSD)
  • Júnior de Cleto (PSB)
  • Kari Santos (PT)
  • Liana Cirne (PT)
  • Natália de Menudo (PSB)
  • Osmar Ricardo (PT)
  • Rinaldo Júnior (PSB)
  • Rodrigo Coutinho (Republicanos)
  • Romerinho Jatobá (PSB)
  • Samuel Salazar (MDB)
  • Tadeu Calheiros (MDB)
  • Wilton Brito (PSB)
  • Zé Neto (PSB)

Ausentes – 3

  • Alef Collins (PP)
  • Felipe Francismar (PSB)
  • Paulo Muniz (PL)

Emendas impositivas

Sim – 6

  • Alcides Teixeira Neto (Avante)
  • Davi Muniz (PSD)
  • Eduardo Moura (Novo)
  • Felipe Alecrim (Novo)
  • Gilson Machado Filho (PL)
  • Thiago Medina (PL)

Não – 25

  • Aderaldo Pinto (PSB)
  • Agora é Rubem (PSB)
  • Professora Ana Lúcia (Republicanos)
  • Carlos Muniz (PSB)
  • Chico Kiko (PSB)
  • Cida Pedrosa (PCdoB)
  • Eduardo Mota (PSB)
  • Eriberto Rafael (PSB)
  • Fabiano Ferraz (MDB)
  • Gilberto Alves (PRD)
  • Hélio Guabiraba (PSB)
  • Jô Cavalcanti (PSOL)
  • Zé Neto (PSB)
  • Júnior de Cleto (PSB)
  • Kari Santos (PT)
  • Liana Cirne (PT)
  • Luiz Eustáquio (PSB)
  • Natália de Menudo (PSB)
  • Osmar Ricardo (PT)
  • Rinaldo Júnior (PSB)
  • Rodrigo Coutinho (Republicanos)
  • Romerinho Jatobá (PSB)
  • Samuel Salazar (MDB)
  • Tadeu Calheiros (MDB)
  • Wilton Brito (PSB)

Ausentes – 6

  • Alef Collins (PP)
  • Felipe Francismar (PSB)
  • Flávia de Nadegi (PV)
  • Fred Ferreira (PL)
  • Júnior Bocão (PSD)
  • Paulo Muniz (PL)