Políticos da direita bolsonarista de Pernambuco chamam eleitores para protesto no Recife. Ação faz parte de articulação nacional do grupo
por Cynara Maíra
Publicado em 23/07/2025, às 07h49 - Atualizado às 08h31
Após a repercussão sobre a situação as restrições impostas pelo ministro Alexandre de Moraes ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), lideranças bolsonaristas em Pernambuco convocam apoiadores para um ato no Recife.
O protesto marcado para 3 de agosto, às 14h, em frente à Padaria Boa Viagem, na Zona Sul, é uma tentativa de agregar a uma manifestação nacional planejada por Silas Malafaia. O caso ocorre em meio a discussões de caminhoneiros sobre possível paralisação em protesto pela investigação contra Bolsonaro.
Em vídeo publicado nas redes nesta terça (22), o vereador recifense Gilson Machado Filho (PL), filho do ex-ministro do Turismo Gilson Machado, pediu que apoiadores “saiam às ruas” no ato de 3 de agosto e falou em “momento delicado no país”.
Além de Gilson, o vereador Thiago Medina (PL) também compartilhou chamadas pró-Bolsonaro e convidou seus eleitores para participar da manifestação.
A reação ocorre depois de Moraes intimar a defesa de Bolsonaro, na noite de segunda (21), a explicar em 24 horas suposto descumprimento da proibição de uso de redes sociais direta ou indiretamente.
O ministro alertou para prisão imediata se ficar configurada violação. O despacho se baseou em imagens de Bolsonaro circulando com a tornozeleira eletrônica e falando com jornalistas na Câmara, conteúdos que acabaram replicados em perfis de terceiros.
A defesa do ex-presidente apresentou respostas para o STF, Moraes deve decidir situação de Bolsonaro nesta quarta-feira (23).
Com a mobilização de bolsonaristas contra as ações do Judiciário, parlamentares ligados aos caminhoneiros, como o deputado Zé Trovão (PL‑SC), disseram estar sendo pressionados pela categoria para deflagrar uma nova paralisação após a operação que atingiu Bolsonaro em 18 de julho.
Após a derrota de Bolsonaro nas eleições de 2022 e no início do governo Lula (PT), grupos de caminhoneiros e apoiadores montaram bloqueios de estradas em vários estados, incluindo ocorrências em Pernambuco (BR‑232 e BR‑101).
Os protestos pediam intervenção militar e levaram o STF a ordenar desbloqueio imediato.
Uso de tornozeleira eletrônica.
Recolhimento domiciliar entre 19h e 6h nos dias úteis. Em casa o tempo todo nos fins de semana e feriados.
Proibição de aproximação ou acesso a embaixadas e consulados estrangeiros.
Proibição de contato com embaixadores, diplomatas e demais autoridades estrangeiras.
Proibição de contato com Eduardo Bolsonaro e outros investigados nos quatro núcleos da ação penal.
Proibição de uso de redes sociais, direta ou por terceiros (incluindo publicação de entrevistas em plataformas digitais)
As medidas foram impostas em 18 de julho, após operação da Polícia Federal que atingiu Bolsonaro e apura articulações para pressionar o STF com apoio externo.
Moraes apontou risco de fuga e citou movimentações envolvendo o filho Eduardo Bolsonaro junto ao governo dos Estados Unidos, presidido por Donald Trump, em meio ao impasse gerado pelos novos tarifes norte‑americanos ao Brasil.