Ausência de Gilson Machado e Marília Arraes em Pesquisa ao Senado repercute em bases

Gilson foi adicionado na disputa pelo Governo de Pernambuco, mas Marília Arraes não aparece nas análises da pesquisa Real Time Big Data

Cynara Maíra

por Cynara Maíra

Publicado em 24/09/2025, às 08h01 - Atualizado às 08h58

Montagem de 6 fotos: Marília Arraes, Eduardo da Fonte, Gilson Machado, Humberto Costa, Miguel Coelho e Silvio Costa Filho
Pesquisa Real Time não cita Marília ou Gilson para o Senado - Montagem: Jamildo.com

Com a disputa ao Governo de Pernambuco solidificada entre a governadora Raquel Lyra (PSD) e o prefeito João Campos (PSB), o principal ponto de definição nas eleições de 2026 no estado é a corrida pelas duas vagas ao Senado. 

Já que as articulações políticas ainda estão em andamento, os números de pesquisas eleitorais podem auxiliar na escolha das chapas, principalmente em grupos com diversos pleiteantes, como o de João Campos. 

Para além dos números, confira os principais pontos que repercutiram após a publicação da pesquisa Real Time Big Data para o Senado, divulgada nesta semana. 

Para relembrar, veja os números no infográfico interativo. Ao lado é possível mudar os cenários definidos pela pesquisa: 

Marília Arraes não é citada na Pesquisa Real Time para o Senado

A escolha da pesquisa sobre os candidatos que seriam citados para o público gerou confusão entre os maiores torcedores da ex-deputada federal Marília Arraes (Solidariedade), que não foi colocada na lista entre os possíveis candidatos ao Senado. 

Como ainda não há candidaturas oficiais, são os institutos que escolhem os nomes que serão adicionados nos questionários. Essa é a segunda vez que Marília não aparece em um levantamento grande.

Já lançada como pré-candidata ao Senado pelo partido, Marília tem o recall das eleições de 2020 (Prefeitura do Recife) e de 2022 (Governo de Pernambuco), tendo ido ao segundo turno em ambos os pleitos.

Marília também foi uma das primeiras políticas a começar com as famosas andanças pelo estado neste ano, tentando garantir o posto na chapa de João Campos. 

Além da prima, o prefeito do Recife tem como possíveis nomes ao Senado: 

  • O senador Humberto Costa, prioridade do PT de Pernambuco e uma das condições para que o Partido dos Trabalhadores apoie João Campos, já é senador
  • Silvio Costa Filho, ministro de Lula e que teria o endosso do presidente para disputar o Senado, é um dos que está no palanque de João Campos a mais tempo. 
  • Miguel Coelho, ex-prefeito de Petrolina, grande força no Sertão e com recall da eleição ao Governo de Pernambuco em 2022

Silvio Costa Filho já chegou a dizer que não irá competir diretamente com seus colegas e esses nomes já cumpriram diversas agendas juntos neste ano.

Marília afirmou no PodJá- O Podcast do Jamildo que entende que as articulações ao longo do ano definiriam que cargo concorreria em 2026. Com exceção de algumas tensões entre Miguel Coelho, o mais direita do grupo, e Humberto Costa, todos os "competidores" já elogiaram os possíveis concorrentes na chapa. 

Mais tímidos na disputa pela atenção da governadora, os nomes que podem compor uma chapa para Raquel Lyra também ainda não ficaram óbvios.

Pesquisa mostra equilíbrio na disputa pelo UP entre 

Uma incógnita do que virar a ocorrer e que mostra acirramento na pesquisa Real Time Big Data é a situação dos dois presidentes estaduais da Federação União Brasil e Progressistas, ambos têm pretensão de chegar ao Senado em 2026. 

Apesar de Miguel Coelho (UB) estar acima de Eduardo da Fonte (PP) no levantamento, o PP tem mais parlamentares e obteve a liderança da federação em Pernambuco. O ponto de tensão é que Miguel apoia João Campos, enquanto Eduardo está na base da governadora

Gilson Machado satiriza após não aparecer em pesquisa

Presidente estadual do Partido Liberal (PL) em Pernambuco, Anderson Ferreira também é um dos cotados a se candidatar ao Senado na chapa de Raquel. Um dos maiores impasses é a divisão do PL entre grupo mais ideológico e os alinhados com o presidente nacional Valdemar Costa Neto.

Anderson tem maior aproximação com Costa Neto e deseja uma composição com a governadora, enquanto alguns grupos mais vinculados com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) querem Gilson Machado na disputa. 

Gilson, inclusive, satirizou nas redes sociais sua ausência na pesquisa Real Time Big Data ao afirmar que a análise não tinha interesse de colocar nomes competitivos no questionário para evidenciar outros candidatos. 

O levantamento o colocou na disputa pelo Governo de Pernambuco. A partir da missão de Bolsonaro de povoar o Legislativo, principalmente o Senado, com nomes à direita, o ex-presidente já o tinha definido como seu candidato em Pernambuco para vaga. 

Anderson e Gilson já tiveram brigas públicas, entre elas a questão da vaga ao Senado. Apesar de Anderson não se colocar como candidato, o presidente do PL-PE criticou o ex-ministro do Turismo por se posicionar como nome, sem o direcionamento do partido. 

Dueire pode ter dificuldade com campanha para reeleição

Apesar do atual senador Fernando Dueire (MDB) estar no grupo mais próximo do deputado estadual Jarbas Filho, que tentou puxar o partido mais próximo da governadora, com a vitória de Raul Henry no comando do partido, a legenda deve se manter ao lado do socialista, o que deve prejudicar o endosso da legenda para candidatura do político.

Os números também não são favoráveis para o político. Na Real Time Big Data, Dueire teve apenas 9% das intenções de voto.