Apesar de continuar em desvantagem, Raquel Lyra diminuiu diferença com João Campos em pesquisa. Mobilização da governadora pode já estar causando efeitos
por Cynara Maíra
Publicado em 27/02/2025, às 09h09
A nova pesquisa Genial/Quaest sobre a situação política de Pernambuco em fevereiro de 2025 manteve a vantagem do prefeito João Campos (PSB) contra a governadora Raquel Lyra (PSDB) em uma eventual disputa pelo Governo de Pernambuco.
Apesar disso, o levantamento demonstra que Raquel conseguiu diminuir a diferença com os números de João Campos em dois meses.
Enquanto no levantamento de dezembro de 2024 mostrava o prefeito do Recife com 64% das intenções de voto e Raquel Lyra com 22%, em uma diferença de 42 pontos percentuais, a governadora de Pernambuco conseguiu crescer seis pontos. Esse índice coloca Raquel com 28% das intenções.
Com a queda de oito pontos de João Campos entre dezembro e fevereiro, ficando com 56% das intenções, a diferença entre os políticos passou para 28 pontos.
Esses índices podem estar vinculados com a mobilização da governadora Raquel Lyra após as eleições de 2024. Com a lógica de seus aliados de que o processo de "arrumação da casa" tenha sido concluído, Raquel prometeu uma "virada de chave" nas entregas de sua gestão.
Desde janeiro, Raquel já foi nas principais regiões do Estado com anúncios e entregas principalmente voltados para Educação, Saúde e Infraestrutura.
Apenas na quarta-feira (26), Raquel:
Para além da mobilização com os eleitores, a governadora também tem se mobilizado politicamente para articular alianças.
Com tentativas de retirar o União Brasil, que apoiou a candidatura de Raquel no segundo turno das eleições, do lado de João Campos, a política tem procurado conversar com diversas figuras alinhadas ao prefeito do Recife.
A aproximação com membros do partido de Mendonça Filho foi marcada pela criação da pasta da Causa Animal, visando captar Romero Albuquerque (União Brasil) para o seu lado e uma conversa com Miguel Coelho (União Brasil), atual presidente estadual da legenda.
Raquel ainda focou em consolidar políticos já aliados, com a nomeação de 22 ex-prefeitos dentro de cargos comissionados na Casa Civil estadual.
Atualmente, o maior problema é a Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe). Apesar de ter buscado solucionar os impasses vinculados com o atraso no repasse de emendas, a perda de comissões importantes na Alepe gerou tensões no Governo e críticas de Álvaro Porto (PSDB), presidente do Legislativo Estadual.
Enquanto anteriormente estavam nas mãos de aliados as comissões de Constituição, Legislação e Justiça; Finanças, orçamento e tributação e a de Administração Pública, todos esses cargos passaram para membros fora da base governista.