A operação policial no Rio de Janeiro deixou 121 mortos, entre moradores, membros do Comando Vermelho e policiais. Medina publicou "piada" após o ocorrido
 
 por Clara Nilo
Publicado em 30/10/2025, às 13h41 - Atualizado às 15h01
 
 Aconteceu na última terça-feira (28), nos complexos do Alemão e da Penha, a operação policial contra o grupo criminoso Comando Vermelho mais fatal da história do Rio de Janeiro. Até o momento, 117 moradores das comunidades foram declarados mortos, além de quatro policiais que participaram da ação - outros oito foram feridos.
O evento, que ocorreu sob comando do goverador Cláudio Castro (PL), tem sido alvo de críticas nacionais e internacionais. Além da população brasileira, políticos também se manifestaram contra o ocorrido e, no jornal espanhol El País, é possível ler a matéria "A operação mais letal do Brasil semeia de cadáveres o Rio de Janeiro".
O govenador do RJ classificou a operação como "um sucesso" e foi além: de acordo com ele, "de vítimas lá só tivemos os policiais".
O deputado Otoni de Paula (MDB-RJ), pastor e fundador da igreja Ministério Missão de Vida, entretanto, discorda. "Quem tá falando aqui é pastor e não é pastor progressista, não. Só de filho de gente da igreja, eu sei que morreram quatro ontem. Meninos que nunca portaram fuzis", disparou ele na Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj), na última quarta-feira (29).
"Mas [eles] estão sendo contados no pacote como se fossem bandidos. E sabe quem é que vai saber se são bandidos ou não? Ninguém vai atrás. Você sabe por que que não? Preto, correndo em dia de operação na favela, é bandido. Preto, com chinelo havaiana, sem camisa, pode ser trabalhador, [mas se] correu, é bandido", explicou ele.
O vereador Thiago Medina (PL), publicou em sua rede social um diálogo em forma de "piada" logo após o episódio envolvendo o Batalhão de Operações Policiais Especiais (BOPE). Confira:

O que chama atenção na atitude do político é que, quando ocorreu a morte do influenciador de direita estadunidense, Charlie Kirk, Medina criticou arduamente quem "desmereceu" ou fez piadas com o assassinato.
Em setembro, ele chegou a fazer uma campanha digital para que um médico pernambucano perdesse sua carteira do Conselho Regional de Medicina (CRM), devido a um comentário feito sobre o assunto.
Thiago Medina também teceu críticas ao professor e pesquisador Jones Manoel que, na época, "retweetou" uma publicação da Folha de São Paulo sobre a morte e comentou "Uma situação claramente criada para abafar o impacto da subida do Santa Cruz".
"Eu vou te mostrar que a esquerda é extremista e não merece seu respeito. Esse aqui é Jones Manoel tirando onda com o assassinato do Charlie Kirk, falando que foi para abafar a subida do Santa Cruz, tirando onda com o assassinato político", disse Medina em vídeo publicado em sua rede social.
"E é por isso que eu te falo, a esquerda é terrorista, essa é a verdadeira face deles. Em sete anos, foram quatro tentativas principais de assassinato [se referindo ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL)] e só nesse ano, duas delas foram bem-sucedidas", afirmou.
"Eles não se importam em debater, em discutir ideias. O que eles querem é aniquilar e tirar os opositores. Aí eu te pergunto, como saber que no Brasil não vai acontecer o que aconteceu nos Estados Unidos? E agora para encerrar o vídeo eu te pergunto: "você acha que você odeia a esquerda o suficiente? Eu acho que não", concluiu o vereador.
