Thiago Medina rebate reitor da UFPE após polêmica em vagas de Medicina

Vereador do Recife Thiago Medina questiona edital de vagas para Medicina, dizendo que irão beneficiar militantes do MST no Agreste

Jamildo Melo

por Jamildo Melo

Publicado em 25/09/2025, às 14h43 - Atualizado às 14h53

Vereador Thiago Medina, no PodJá
Vereador Thiago Medina, que já participou do PodJá, bate em reitor da UFPE sem pena - Clara Nilo/Jamildo.com

Após ler no site Jamildo.com a resposta do reitor da UFPE, professor Alfredo Gomes, às críticas sobre o edital do curso de Medicina, com vagas dedicadas para assentados rurais, o bolsonarista vereador Thiago Medina (PL), deu uma dura resposta ao reitor federal.

"Oportunista é quem abre turma na faculdade só para fazer média e ganhar voto de grupinho ideológico, reitor", respondeu ao site Jamildo.com o parlamentar Thiago Medina.

O reitor, sem citar nomes, disse mais cedo que políticos, de forma "oportunista", divulgaram apenas parte das informações sobre o curso, praticando "desinformação".

"O programa é destinado a um grupo bem mais amplo do que aqueles que vêm a público, de forma oportunista e às vezes com desinformação", afirmou o reitor no Jamildo.com mais cedo.

O reitor esclareceu que não se trata de um novo curso de Medicina, mas sim de uma "turma extra com 80 vagas" que será oferecida uma única vez, em parceria com o Programa Nacional de Educação na Reforma Agrária (Pronera).

"Essa turma inicia e finaliza, e a nossa parceria com o Pronera dentro deste curso finaliza", explicou Gomes, diferenciando a iniciativa dos cursos regulares da universidade.

EX-GOVERNADOR DE PERNAMBUCO E EX-MINISTRO DA EDUCAÇÃO TAMBÉM CONTRA

Não foi apenas Medina que se insurgiu contra a iniciativa da UFPE.

O ex-ministro da Educação, Mendonça Filho (União), atual deputado federal e também ex-governador do Estado foi mais um que criticou duramente a reserva de vagas.

"A criação pela UFPE de 80 vagas de medicina exclusiva o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e a grupos ligados à reforma agrária, fora do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e do Sistema de Seleção Unificada (Sisu) e com seleção feita por redação e carta de recomendação, abre um precedente grave", atacou Mendonça.

Vários parlamentares, até de fora de Pernambuco, também questionaram a iniciativa.

"Desrespeita o direito à igualdade de condições entre os candidatos que desejam acessar o ensino superior, ferindo o princípio da de isonomia. As entidades médicas reagiram diante do risco de queda na qualidade na formação médica, que tem sido uma preocupação constante, e pelo fato de a medida ferir o princípio da isonomia e da igualdade de condições. Contam com meu total apoio", disse o ex-ministro da Educação na gestão de Temer (MDB).

Também associações de medicina, o Conselho Regional de Pernambuco e o Sindicato dos Médicos de Pernambuco divulgaram notas oficiais contra o edital. Ou seja, as críticas não ficaram limitadas aos políticos.