A exposição é a primeira a acontecer após a morte de J. Borges, fica em cartaz até o dia 6 de julho e conta com cerca de 70 obras
por Clara Nilo
Publicado em 24/04/2025, às 13h41 - Atualizado às 14h17
Estreou em Brasília, nesta quarta-feira (23), a nova exposição "J. Borges: Poesia e Arte" em homenagem ao legado do artista. A mostra, realizada através do edital anual da Câmara dos Deputos, foi inicialmente pensada como uma homenagem aos 90 anos que o xilogravurista copletaria em 2025.
A inscrição do projeto foi realizada pelo Governo de Pernambuco, assim como a curadoria da exposição, que foi dividida em três núcleos temáticos: Religiosidade, Sertão e Cotidiano Nordestino. O público terá a oportunidade de não apenas contemplar as obras, mas também viver uma experiêcia imersiva na estética de J. Borges.
A mostra conta com obras icônicas como "A mulher que botou o diabo na garrafa", "Coração na mão" e "O monstro do sertão". Uma linha do tempo com os principais marcos dos 88 anos de vida e 60 anos de carreira do artista, que faleceu no ano passado, também está exposta.
São cerca de 70 obras, entre xilogravuras, matrizes e folhetos de cordel, pertencentes a colecionadores, ao Memorial J. Borges e à própria família do artista.
Oficinas de xilogravura, conduzidas pelo filho de J. Borges, Pablo Borges, são oferecidas como ações educativas em um ateliê, em Brasília. Além disso, essa exposição marca a internacionalização do legado do mestre da xilogravura e do cordel com o lançamento do primeiro catálogo bilíngue (português-inglês) sobre a obra.
“J. Borges não era só um artista ou um poeta, ele era uma pessoa muito humana, simples, alguém que não media esforços para ajudar a todos”, relembrou Pablo Borges durante a estreia.
A iniciativa tem apoio da Agência de Desenvolvimento Econômico de Pernambuco (Adepe) e da Secretaria de Cultura do Estado. A governadora Raquel Lyra esteve presente na inauguração e destacou a importância de propagar a arte pernambucana para o Brasil e o mundo.
"Pernambuco e o mundo conhecem J. Borges, com todas as suas artes. O trabalho dele falava da simplicidade, da força e da resiliência da nossa gente", afirmou ela.
"Ele dizia que ser autêntico é ser simples, e não tem sabedoria maior do que essa. Essa é a expressão da cultura popular de Pernambuco, que nos faz um povo diferente de qualquer lugar no mundo”, completou governadora.