Afoxé Alafin Oyó prepara celebração de 40 anos no carnaval de 2026

Afoxé Alafin Oyó prepara celebração de 40 anos no carnaval de 2026, por Sebastião Dantas. Advogado. Presidente da Comissão de Cultura da OAB-PE

Sebastião Dantas | Publicado em 16/12/2025, às 13h00 - Atualizado às 13h39

Imagem Afoxé Alafin Oyó prepara celebração de 40 anos no carnaval de 2026

O AFOXÉ ALAFIN OYÓ, fundado em 2 de março de 1986, em Olinda, é reconhecido como Patrimônio Vivo de Pernambuco em 10/08/2023 e se consolida como um dos principais expoentes da cultura afro-brasileira no estado.

Com quase quatro décadas de atuação, o grupo está preparando uma grande festa para o Carnaval de 2026, quando completará 40 anos de resistência cultural e social, tendo como seu presidente FABIANO SANTOS DA SILVA, que está liderando as ações.

Origem e trajetória: O AFOXÉ ALAFIN OYÓ nasceu da ala de Xangô do Ilê de África, primeiro afoxé pernambucano, e foi criado por militantes do Movimento Negro Unificado (MNU). Desde o início, o grupo se destacou por unir música, dança e religiosidade de matriz africana, com forte influência da tradição Yorubá-Nagô.

Em 2019, conquistou sua sede própria na Rua do Sol, no Sítio Histórico de Olinda, transformada em museu comunitário e espaço de memória, também espaço de cultura.

AFOXÉ ALAFIN OYÓ

Atividades culturais: O grupo realiza oficinas gratuitas de canto, dança e percussão, que reúnem cerca de 120 participantes permanentes. Além disso, promove rodas de Afoxé e cortejos carnavalescos como Águas de Oxalá, Ubuntu e o tradicional Encontro dos Afoxés.

Outro destaque é a Noite do Cabelo Pixaim, festival que celebra a estética e musicalidade negra e conecta movimentos culturais de Pernambuco a coletivos de todo o Brasil, incluindo grupos de Salvador como Olodum e Ilê Aiyê.

Papel social e educativo: Mais do que uma agremiação carnavalesca, O AFOXÉ ALAFIN OYÓ atua como espaço de formação antirracista e educação patrimonial, atendendo crianças, jovens e adultos das comunidades de Olinda e da Região Metropolitana do Recife.

afoxé alafin oyó

Suas músicas e atividades abordam temas como racismo, intolerância religiosa, LGBTfobia e feminicídio, fortalecendo a identidade negra e promovendo representatividade. O grupo também organiza caminhadas de afroturismo, como o projeto Olinda Negra e Recife Negro, que percorre pontos históricos ligados à memória da população negra.

Memória e museologia social: A sede do ALAFIN OYÓ abriga uma exposição permanente com acervo documental, arquivístico e museológico reunido ao longo de quase 40 anos.

AFOXÉ ALAFIN OYÓ

O espaço expõe estandartes, instrumentos, indumentárias e troféus que testemunham a trajetória do grupo e sua relevância para a cultura afro-brasileira. Reconhecido pelo Instituto Brasileiro de Museus (IBRAM) como Ponto de Memória, o ALAFIN OYÓ atua também como referência em museologia social e comunitária.

Rumo aos 40 anos: Em 2026, o AFOXÉ ALAFIN OYÓ celebrará quatro décadas de existência com uma programação especial durante o Carnaval de Olinda. A festa reúne cortejos, oficinas, exposições e apresentações musicais, reafirmando o papel do grupo como símbolo da resistência cultural afro-brasileira e da valorização da ancestralidade Yorubá-Nagô.