Sindifisco-PE: Oposição denuncia rombo, manobras e exige transparência no sindicato da Fazenda

Ex-dirigentes se unem em chapa para resgatar paridade e força em eleição marcada por denúncias e efervescência no Sindicato da Fazenda estadual

Ana Luiza Melo

por Ana Luiza Melo

Publicado em 29/09/2025, às 20h58 - Atualizado às 22h18

A chapa oposicionista, comandada por Nilo Otaviano, concentra seus ataques na área financeira e na transparência. - Foto: Divulgação
A chapa oposicionista, comandada por Nilo Otaviano, concentra seus ataques na área financeira e na transparência. - Foto: Divulgação

A disputa pelo comando do Sindicato do Grupo Ocupacional Administração Tributária do Estado de Pernambuco (Sindifisco-PE), conhecido como Sindicato da Fazenda, ganhou intensidade com o lançamento da chapa de oposição "Unidade e Paridade" para a eleição de novembro.

O movimento, liderado pelo ex-presidente Nilo Otaviano e com o apoio de outros ex-dirigentes, como o ex-presidente João Hélio Coutinho, articula a insatisfação da categoria em meio a uma crise administrativa que expôs divisões internas e questionamentos sobre a gestão atual da entidade.

A chapa oposicionista concentra seus ataques na área financeira e na transparência.

Nilo Otaviano denuncia que o sindicato acumula um rombo de mais de R$ 1,4 milhão nos últimos dois anos e meio, valor que teria sido coberto com o uso das reservas da instituição.

Os atuais dirigentes do Sindifisco recebem uma remuneração disfarçada de vale refeição. São mais de 2 mil reais mensalmente, além do que já recebem no exercício da função. Tem cartão corporativo cujas despesas não são do conhecimento de todos”, afirma Nilo.

A gravidade das contas foi exposta em abril de 2024, quando a prestação de contas da diretoria para aquele ano foi rejeitada em assembleia.

Essa situação, já noticiada pelo Jamildo.com em reportagem sobre a "efervescência" na entidade, gerou ainda mais questionamentos quando a Justiça do Trabalho concedeu uma liminar contra a rejeição das contas em segredo de justiça, fato questionado por ex-dirigentes da categoria pela falta de clareza.

Além das denúncias financeiras, a efervescência no Sindifisco é alimentada por acusações de manobras estatutárias.

Membros da categoria alegam que a atual diretoria, que estaria sub judice, tentou anular a eleição da Junta Eleitoral legítima e eleger uma nova fora do prazo estatutário, numa tentativa de se perpetuar no poder.

Essa tática, de acordo com a chapa de oposição, é um reflexo do descontentamento generalizado e da percepção de que a atual gestão enfraqueceu o sindicato.

No campo das propostas, a chapa "Unidade e Paridade" defende o resgate da paridade remuneratória entre ativos e aposentados.

O grupo exige a inclusão de todas as rubricas remuneratórias na Lei Orgânica da Administração Tributária (LOAT), visando conferir segurança jurídica ao salário dos auditores, removendo o que eles classificam como "penduricalhos" sujeitos a suspensão.

Outra pauta é a defesa da concessão da licença-prêmio em pecúnia no momento da aposentadoria, prática já adotada em outros órgãos estaduais de Pernambuco.

A eleição em curso retoma um período de grande instabilidade na entidade. O Jamildo.com cobriu as fases mais críticas da crise, incluindo a destituição de uma diretoria por assembleia e anulação judicial de eleições, em matérias como "Reviravolta histórica: Auditores Fiscais destituem diretoria do Sindifisco e elegem gestão provisória" e "Sindifisco-PE: Juíza anulou eleição e ex-diretores retomam parte da sede".