Emendas parlamentares: TCE inicia auditoria sobre emendas impositivas de 2024

Tribunal de Contas investiga falta de pagamento das emendas impositivas no orçamento de 2024, com relatoria de Marcos Loreto, primo do prefeito do Recife

Jamildo Melo

por Jamildo Melo

Publicado em 10/01/2025, às 15h03

Polêmica entre Alepe e Estado sobre emendas impositivas pode ser resolvido pelo TCE - Jobosco-Wikimedia
Polêmica entre Alepe e Estado sobre emendas impositivas pode ser resolvido pelo TCE - Jobosco-Wikimedia

O Tribunal de Contas do Estado (TCE) deu início a uma auditoria especial a respeito da suposta falta de pagamento das emendas impositivas dos deputados estaduais no orçamento de 2024.

O relator será o conselheiro Marcos Loreto, primo do prefeito João Campos (PSB) e ex-chefe de gabinete do ex-governador Eduardo Campos, pai do prefeito. Eduardo indicou Loreto para o TCE em 2007, em vaga da Assembleia.

“A partir de agora, como em toda auditoria especial, inicia-se a fase de instrução, com o setor de fiscalização levantando informações e solicitando documentos para subsidiar o seu trabalho”, explica Loreto.

Segundo o TCE, não há prazo para conclusão dos trabalhos.

O pedido de investigação no TCE partiu dos deputados estaduais e foi assinado pelo presidente da Assembleia, Álvaro Porto.

Nota oficial do órgão de controle informa que a escolha do conselheiro Marcos Loreto acompanhou a avaliação da Diretoria de Controle Externo (DEX), departamento responsável pelas auditorias do TCE. Ou seja, que a escolha foi técnica.

O parecer técnico sobre a relatoria, solicitado pela Presidência do TCE-PE, foi aprovado de forma unânime pelos conselheiros.

O estudo se fez necessário porque a execução das emendas parlamentares, segundo o TCE, envolve 27 diferentes órgãos públicos (secretarias, fundos, hospitais etc.), cada um já tendo um relator único definido por sorteio para um período de dois anos.

No parecer, foi argumentado que o processo será atribuído "ao relator originário do maior número de unidades jurisdicionadas envolvidas".

O conselheiro Marcos Loreto, segundo o TCE, liderou a relação com 11 dessas unidades sob sua responsabilidade.

GESTO DE RAQUEL PARA ÁLVARO

Sem alarde, a governadora Raquel Lyra, em um gesto de boa vontade, deixou o Palácio e foi até a casa do presidente da Alepe, Álvaro Porto, onde prometeu resolver a parada, depois de encontrar um caminho.

Como o presidente da Alepe decidiu virar a página dos dois primeiros anos, na relação com o Executivo, ele acaba de demonstrar boa vontade e optou por apenas fazer um pedido de informações, junto ao TCE.

A rigor, caso houvesse disposição de enfrentamento, a Casa poderia enquadrar a governadora em crime de responsabilidade, mas não o fará, em nome das instituições.

A ida ao TCE deve ser lido assim como uma protelação, de modo a dar tempo a Raquel Lyra para descascar o abacaxi institucional. Na prática, Raquel ganhou mais 30 dias para resolver o impasse.

O prazo foi descumprido, de fato, não há o que possa ser feito. A saída institucional é encontrar uma solução. Não levar a ferro e fogo, já que está havendo entendimento, conforme já registrou o site Jamildo.com.

@blogdojamildo