Americanos compraram 37 mil toneladas em 2024 do Vale do São Francisco. Aumento de demanda depende do cumprimento de critérios fitossanitários
por Cynara Maíra
Publicado em 31/05/2025, às 12h57 - Atualizado às 13h35
Exportadores de manga do Vale do São Francisco precisarão adotar medidas mais rigorosas de controle e monitoramento da mosca-das-frutas para manter as habilitações que permitem a comercialização com os Estados Unidos.
As novas exigências, determinadas pelo governo americano, foram detalhadas em reunião técnica realizada na quinta-feira (29), na sede da Valexport, em Petrolina (PE), com a presença de produtores, representantes do setor e órgãos oficiais.
O evento contou ainda com a participação de agentes estaduais de defesa agropecuária da Bahia (Adab) e de Pernambuco (Adagro), além de técnicos e consultores das unidades produtoras.
Segundo o chefe de Programas Especiais de Exportação do Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA), Caio César Simão, o objetivo das mudanças é reduzir a presença da praga nos pomares da região, considerada quarentenária e sujeita a restrições internacionais.
“O descumprimento dos critérios pode comprometer o acesso ao mercado dos EUA, um dos mais importantes para a manga brasileira”, alertou.
De acordo com dados da Valexport, o Vale do São Francisco exportou cerca de 237 mil toneladas da fruta na safra 2024, alcançando 101 países.
Deste total, 37 mil toneladas foram destinadas ao mercado americano, que figura como o terceiro principal destino da manga nacional.
A meta da entidade é ampliar esse volume para 56 mil toneladas na próxima safra, o que dependerá diretamente da efetividade no combate à praga.
A ideia é ampliar a segurança dentro da cadeia produtiva para melhorar a competição com países como México e Peru, que também abastecem os Estados Unidos e já adotam protocolos fitossanitários mais rígidos.
“Esse crescimento que projetamos nas exportações só será possível com o esforço conjunto de toda a cadeia produtiva. O controle eficaz da mosca-das-frutas é uma condição indispensável para garantir não só a manutenção, mas a expansão da nossa presença no mercado americano”, afirmou o O gerente executivo da Valexport, Tássio Lustoza.
Entre as técnicas em análise para melhorar a situação está a liberação de machos estéreis da mosca-das-frutas aliada ao uso de armadilhas e manejo integrado.
Durante a reunião, representantes da Moscamed Brasil, Adagro, Adab, Senar e da empresa Corteva detalharam os métodos disponíveis para controle da praga.
A auditora técnica Ítala Cruz Damasceno, da Moscamed, apresentou o panorama populacional da mosca na região e os dados mais recentes de monitoramento. Já Antonio Romão, auditor fiscal federal agropecuário, explicou o funcionamento dos Sistemas de Manejo de Risco (SMR), aplicáveis à realidade dos pomares do Vale.