Pesquisa IPESPE revela que 85% dos brasileiros não confiam em sites de apostas e 66% apoiam proibição de propagandas
por Yan Lucca
Publicado em 19/12/2024, às 14h53
A maioria da população brasileira (59%) apoia a regulação e uma atuação firme do governo frente à rápida disseminação dos sites de apostas no país. Além disso, 85% dos brasileiros não confiam nessas empresas, e 59% são contrários a esse tipo de jogo. A pesquisa também revela que 60% das pessoas defendem limites para as apostas e são contrários ao uso do Bolsa Família para essa finalidade.
Esses dados fazem parte de uma edição especial do RADAR FEBRABAN, desenvolvido pelo Instituto de Pesquisas Sociais, Políticas e Econômicas (IPESPE) com apoio da CNF (Confederação Nacional das Instituições Financeiras) e da Federação Brasileira de Bancos (Febraban).
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Realizada entre os dias 15 e 23 de outubro com 2 mil entrevistados de todas as regiões do país, a pesquisa investigou percepções, hábitos e atitudes sobre as apostas esportivas online. Dos entrevistados, 40% afirmam que jogam ou convivem com alguém na casa que aposta regularmente, enquanto 21% afirmaram ter abandonado a prática.
Impactos na qualidade de vida:
Consequências financeiras:
Frequência de apostas:
A frequência das apostas também chama atenção: 24% dos jogadores apostam diariamente e 52% jogam entre uma e seis vezes por semana. Sobre os gastos, 52% afirmam investir entre R$ 30 e R$ 500 mensais.
A avaliação dos sites de apostas é predominantemente negativa: 57% dos entrevistados classificam esses serviços como "ruins ou péssimos", enquanto apenas 17% têm uma visão positiva. A maioria (83%) considera as apostas inseguras ou muito inseguras, citando riscos que podem comprometer a vida financeira e emocional dos jogadores.
Mais de dois terços (69%) acreditam que as apostas causam vício, enquanto 61% apontam para endividamento e perdas financeiras, e 42% associam a prática a problemas de saúde mental, como ansiedade e depressão.
Os apostadores são atraídos pela promessa de ganhos rápidos: 40% acreditam que as apostas possibilitam lucro financeiro rápido, e 11% são motivados pela chance de ganhar muito investindo pouco. Apesar disso, 52% admitem perder mais do que ganham, e apenas 6% relatam ganhos consistentes.
O PIX é o método de pagamento mais utilizado (79%), seguido por cartão de crédito (24%), cartão de débito (18%) e transferências bancárias (17%).
A pesquisa aponta que 66% dos brasileiros apoiam a proibição de propagandas de apostas, equiparando-as às restrições aplicadas ao cigarro. Além disso, 47% consideram que a dependência do jogo é um problema de saúde pública, e 50% avaliam o endividamento como uma questão de interesse nacional.
Entre as medidas citadas para combater o vício e regulamentar o setor, 35% defendem o combate à lavagem de dinheiro, 28% pedem limitações na publicidade, e 26% sugerem proibir o uso de cartão de crédito para apostas.
A pesquisa conclui que a população deseja maior controle, informações claras e ações para proteger a saúde mental dos jogadores, reforçando o apelo por uma abordagem preventiva e regulatória.
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