Ministro da Defesa, José Múcio poderá sair do governo Lula em breve. O presidente articula nomes para substituir político pernambucano
por Cynara Maíra
Publicado em 19/12/2024, às 11h37 - Atualizado às 13h49
O ministro da Defesa, José Múcio, pode sair em breve do Primeiro Escalão do Governo Lula (PT).
Segundo informações da coluna de Mônica Bergamo para Folha de São Paulo, José Múcio deve se reunir com o presidente Lula nos próximos dias para discutir sua possível saída do governo.
Interlocutores próximos ao presidente e ao ministro afirmam que, apesar da forte amizade entre ambos, Múcio teria sinalizado que sua missão à frente da pasta foi cumprida e que está pronto para deixar o cargo. Ele teria indicado que a rotina no ministério, considerada extenuante, já não é mais compatível com seus planos.
Recentemente, Múcio esteve na residência de Lula, em São Paulo, para debater questões relacionadas às aposentadorias dos militares.
O clima nos bastidores sugere que o presidente já considera alternativas para a Defesa, dado o momento delicado vivido pelas Forças Armadas, especialmente após a prisão do general Braga Netto (PL) em um contexto de investigações sobre tentativas de golpe no Brasil.
A substituição de Múcio não deve ser tarefa fácil. O ministro tem boa relação com os comandantes militares e sua saída poderia gerar tensão em um momento de instabilidade.
Por isso, Lula já avalia nomes de peso para o cargo, com o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) entre os mais citados pelo presidente.
Alckmin, que atualmente ocupa o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, é visto como alguém com a autoridade necessária para lidar com o complexo cenário da Defesa e é entendido como plenamente confiável para Lula.
Caso Alckmin seja transferido para a Defesa, o cargo de Ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços poderia ser assumido pelo presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD), que também deve ser integrado ao governo.
A reformulação ministerial de Lula inclui outras mudanças, como a substituição de Paulo Pimenta à frente da Secretaria de Comunicação. Possivelmente, a SECOM será administrado pelo publicitário Sidônio Palmeira, que foi convidado para o cargo.
Pimenta poderia retornar ao Congresso, possivelmente para liderar o governo.
Outras movimentações estão sendo discutidas, incluindo a mudança do ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa, para a Secretaria de Relações Institucionais, e o possível deslocamento de Alexandre Padilha para a Secretaria-Geral ou para o Ministério da Saúde.
A reforma ministerial tem enfrentado desafios internos, como o desejo de Paulo Pimenta de continuar no governo e a proximidade de Márcio Macedo com Lula, o que dificulta ajustes mais profundos.
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