Informação foi apresentada em sessão do Tribunal de Contas do Estado que aprovou resolução com reserva de vagas para negros
por Jamildo Melo
Publicado em 02/06/2025, às 08h52 - Atualizado às 08h56
O Tribunal de Contas do Estado (TCE) aprovou, em sessão de 28 de maio, uma resolução que estabelece a reserva de 20% (vinte por cento) das vagas para pessoas negras em concursos públicos para provimento de cargos efetivos na instituição.
A medida visa ampliar a representatividade racial no serviço público e reforçar o compromisso do Estado com políticas de igualdade, segundo o TCE.
Segundo o presidente Valdecir Pascoal, em declaração na sessão, é a primeira vez que o TCE faz esta reserva de vagas. O TCE fez concursos antes em 1991, 1995, 2004 e 2017.
A decisão foi baseada em diversos fundamentos legais e normativos, incluindo a Constituição Federal, o Estatuto da Igualdade Racial, o Estatuto da Igualdade Racial do Estado de Pernambuco e o entendimento do Supremo Tribunal Federal sobre a validade das cotas raciais.
Também foram considerados documentos institucionais como a Cartilha de Prevenção ao Assédio e à Discriminação e a Cartilha da Associação dos Membros dos Tribunais de Contas do Brasil, que incentivam a adoção de políticas afirmativas.
A reserva de vagas será aplicada nos concursos públicos do TCE-PE sempre que houver três ou mais vagas disponíveis para cada cargo ou área de atividade.
A iniciativa busca corrigir a sub-representação de pessoas negras no quadro funcional da instituição, promovendo equidade no acesso ao serviço público.
Além de seguir diretrizes nacionais e internacionais de combate ao racismo e à discriminação racial, o TCE reafirmou seu compromisso com a eliminação de barreiras históricas que dificultam a participação da população negra em cargos públicos.
Com essa resolução, o TCE-PE se junta a outras instituições públicas que vêm adotando políticas afirmativas para garantir a equidade racial no acesso ao funcionalismo público.
O Tribunal de Contas do Estado (TCE) assinou o contrato com a Fundação Getúlio Vargas (FGV) para ser a organizadora do concurso público que o órgão de controle deve realizar até o final de 2025.
A FGV, tradicional entidade de pesquisa com sede em São Paulo e Rio de Janeiro, receberá R$ 1.740.000,00 para realizar o concurso.
O contrato foi assinado em 6 de maio, pelo presidente do TCE, conforme já informou o site Jamildo.com.
O presidente do TCE, conselheiro Valdecir Pascoal, enviou em abril à Assembleia Legislativa um projeto de lei para criar novos cargos para o concurso público da instituição.
Além dos cargos previstos no projeto de lei, o concurso contemplará também vagas já existentes na estrutura do TCE, em função da aposentadoria de servidores.
As vagas serão preenchidas ao longo da validade do concurso, que pode ter validade por até quatro anos, a partir da homologação.
A comissão do concurso é presidida pelo vice-presidente do TCE, conselheiro Carlos Neves.
O último concurso foi realizado em 2017. Durante os quatro anos de validade, o TCE chamou quase 200 servidores.
19 vagas de Auditor de Controle Externo
- 7 na área de contas públicas;
- 5 na área da saúde pública;
- 3 na área de obras públicas;
- 4 na área de tecnologia da informação
19 vagas de Analista de Controle Externo
- 9 na área de contas públicas;
- 6 na área de obras públicas;
- 4 na área de tecnologia da informação;
18 vagas de Analista de Gestão
- 9 na área de administração;
- 9 área de julgamento.
2 vagas de Procurador Jurídico (advogado público do TCE)
O TCE é conhecido por ser um dos melhores órgãos públicos em Pernambuco para ser servidor.
Os auditores têm plano de carreira e com o tempo de serviço chegam a ganhar no teto do funcionalismo público.
Segundo o portal da transparência do TCE, um auditor de controle externo do órgão, no nível ACE-10 da carreira, ganha R$ 44.836,51 por mês.
Os servidores concursados também se aposentam em regime próprio de previdência, pago pela FUNAPE. Ou seja, não dependem da aposentadoria pelo INSS.