Raquel Lyra negocia acordo com chineses para reestruturar sistema de ônibus e Metrô do Recife

A governadora Raquel Lyra (PSD) recebeu, nesta quinta-feira (6), representantes da fabricante chinesa de trens e ônibus elétricos CRRC para um almoço no Palácio do Campo das Princesas, no Recife. O encontro tratou de investimentos no transporte público metropolitano, envolvendo ônibus e metrô, e da possibilidade de novos aportes em infraestrutura. Recentemente, em missão internacional, uma comitiva pernambucana visitou as instalações da CRRC, na China.

A governadora não falou com a imprensa após o evento. Quem detalhou o conteúdo das tratativas foi o secretário estadual de Mobilidade e Infraestrutura, André Teixeira Filho, que reafirmou o que a governadora já vem falando, onde o Estado busca antecipação de R$ 1 bilhão do Governo Federal para o Metrô do Recife, durante a estadualização do modal.

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“É uma cooperação técnica para estudo, para a gente poder entender, nas nossas linhas e nos nossos trens atuais, qual seria o melhor modelo de integração. A CRRC é a maior empresa de trens do mundo. Eles conhecem a América Latina, porque têm investimentos no Peru, no Chile e aqui no Brasil também”, explicou o secretário.

Acordo técnico e nova visita da CRRC ao metrô do Recife

Segundo André Teixeira, o encontro também resultou em um acordo de cooperação técnica com a concessionária do metrô de São Paulo (CRC-TIC), que atuará em conjunto com a CRRC na elaboração de um diagnóstico sobre o sistema de transporte metropolitano do Recife. O estudo incluirá a situação dos trens, estações e a integração com o sistema de ônibus.

O secretário adiantou ainda que uma nova visita técnica da equipe chinesa ao metrô está prevista para os próximos 30 a 40 dias, quando será formalizado o acordo e definidos os próximos passos do projeto.

“A gente vai conseguir, na volta deles, uma visita técnica, que vai acontecer daqui a uns 30, 40 dias. Nela já vamos celebrar um acordo de cooperação técnica, para poder trazer informações vindas da China direto para cá, fortalecer o transporte metropolitano como um todo”, afirmou.

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Teixeira também reiterou que o governo estadual vem dialogando diretamente com os ministérios das Cidades e da Casa Civil sobre o modelo de concessão e o financiamento federal.

“A governadora já deixou claro de quanto precisa para a gente poder fazer o investimento e a gente pede a antecipação do Governo Federal nesse investimento. Desse R$ 1 bilhão estaria contemplado a compra de, pelo menos, seis trens novos, a manutenção e reforma das estações e a manutenção de tudo que é preciso, para que a gente possa entregar à população do Recife e da Região Metropolitana um transporte melhor em curtíssimo prazo”, concluiu.

Crise do sistema

O metrô, operado pela Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU), enfrenta problemas frequentes como paralisações, descarrilamentos, furtos de cabos e incêndios em estações. O modal acumula décadas de sucateamento e demanda aportes para modernização.

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Raquel Lyra afirmou em setembro, durante entrevista, que desde a campanha eleitoral de 2022, assumiu o compromisso de “ser parte da solução” para o transporte. Ela afirmou que um desenho já está em análise, incluindo a possibilidade de subsídio estadual à operação.

“Estou negociando com o ministro das Cidades, Jader Filho, com a CBTU e com o governo federal. A sinalização é positiva. O que a gente sonha é que as pessoas tenham o direito de andar no metrô de forma decente, com segurança, com escada rolante funcionando. Pernambuco não tem investimentos importantes há décadas, e eu estou lutando para mudar essa realidade”, afirmou.

Transferência e concessão

O governo federal confirmou que, em breve, a gestão do metrô será transferida para o Estado de Pernambuco, que ficará responsável por conduzir o leilão de concessão à iniciativa privada. A informação foi dada pelo ministro da Casa Civil, Rui Costa (PT), em 27 de agosto, no programa Bom Dia, Ministro.

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Segundo ele, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) realizou estudos de demanda e de investimentos necessários. O modelo de concessão prevê a transferência de bens e imóveis da União para o Estado, além da outorga para operação e manutenção da rede. Após a mudança, a União deve aportar cerca de R$ 3 bilhões para modernização do metrô e do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT).

Rui Costa garantiu que a concessão não afetará os empregos dos trabalhadores: “Os empregados terão garantias de seus empregos”, afirmou.