Cynara Maíra | Publicado em 16/09/2025, às 10h24 - Atualizado às 10h55
O senador Humberto Costa (PT) foi eleito por unanimidade, na segunda-feira (15), como o novo presidente do Parlamento do Mercosul (Parlasul). A posse ocorreu na sede do órgão em Montevidéu, no Uruguai.
Humberto se tornou o primeiro nordestino a comandar o colegiado, que reúne representantes do Brasil, Argentina, Paraguai, Uruguai e Bolívia.
Em seu discurso, o senador defendeu que a principal prioridade de sua gestão será a conclusão dos acordos comerciais entre o Mercosul e a União Europeia, além da Associação Europeia de Livre Comércio (EFTA).
"São questões importantíssimas, particularmente no momento em que nós estamos vivendo internacionalmente, uma verdadeira guerra tarifária", afirmou o senador à TV Senado.
O novo presidente do Parlasul também ressaltou a importância de o bloco atuar na "defesa incontestável da soberania" dos países-membros e na promoção dos direitos humanos. "O Parlasul não pode ser mero expectador, mas protagonista na consolidação de negociações estratégicas que gerem crescimento, inovação e oportunidades para nossos povos", declarou.
Com um papel importante nas políticas internacionais do país, Humberto Costa também precisará olhar para dentro para conseguir a reeleição ao Senado.
Apesar de João Campos (PSB) buscar o endosso exclusivo do presidente Lula (PT), o que representaria a necessidade de colocar Humberto Costa em uma das vagas para o Senado, o prefeito do Recife tem uma lista de outros três candidatos que poderiam auxiliar na disputa.
Neste fim de semana, por exemplo, João Campos participou de agendas com Miguel Coelho (União Brasil) e o ministro dos Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho (Republicanos), enquanto Humberto viajava para assumir o posto no Parlasul.
Mesmo com as dificuldades de agenda e a competição, João Campos já fez acenos para o PT, como em sua participação no Encontro Nacional do partido.
O PT de Pernambuco já deixou claro que a reeleição de Humberto é um ponto central na estratégia da legenda para 2026.
O presidente estadual da sigla, Carlos Veras, já afirmou que o apoio a um palanque majoritário está condicionado à presença de Humberto na chapa e ao apoio explícito à reeleição de Lula.
Além de Humberto, outros nomes disputam as duas vagas ao Senado no grupo de João Campos:
Silvio Costa Filho (Republicanos): Ministro de Lula, tem defendido uma chapa com ele e Humberto, afirmando que o presidente "precisa de senadores de sua confiança"
Marília Arraes (Solidariedade): Ex-deputada federal, tem se reaproximado do PT e possui o recall de duas disputas majoritárias. Sempre apoiou Lula e poderia ser vista positivamente pelo petista, caso entre na chapa ao Senado.
Miguel Coelho (União Brasil): Ex-prefeito de Petrolina, busca espaço na chapa, tem força no interior, mas enfrenta o desafio do rompimento de seu partido com o governo Lula e o dilema da federação com o PP, que está do lado de Raquel Lyra.
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