Lula empossa Gustavo Feliciano no Ministério do Turismo após rearranjo no União Brasil

Após o toma lá dá cá de Hugo Motta (Republicanos-PB), em ceder para a oposição bolsonarista, como o PL da Dosimetria e aprovar com o governo o aumento da faixa do Imposto de Renda para R$ 5 mil, o presidente da Câmara dos Deputados conseguiu alocar um aliado no governo federal. O parlamentar confirmou ter tratado da indicação diretamente com o presidente da República.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) empossou nesta terça-feira (23) Gustavo Feliciano no comando do Ministério do Turismo. Paraibano, o novo ministro substitui Celso Sabino, que deixou a pasta após perder o respaldo do União Brasil, legenda responsável por sua indicação ao cargo. Feliciano é filho do deputado federal Damião Feliciano (União Brasil-PB).

A cerimônia de posse ocorreu no Palácio do Planalto e contou com a presença de lideranças do União Brasil, PP e PSD na Câmara, além do governador da Paraíba, João Azevêdo (PSB).

Em conversa com jornalistas na semana anterior à posse, Hugo Motta contextualizou a indicação e declarou apoio ao novo ministro. “Conheço o Gustavo e pude dar um testemunho favorável. Penso que ele vai ajudar o governo na interlocução com o partido”, disse. Durante o evento, o presidente da Câmara afirmou ainda que a escolha demonstra “sensibilidade política e capacidade de agregar”.

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Indicado por um grupo de deputados do União Brasil que defende alinhamento com o Palácio do Planalto, Gustavo Feliciano não é filiado atualmente à legenda. Ele integrou o partido entre 2022 e outubro de 2025 e já teve passagens pelo PDT e pelo MDB. Antes de assumir o ministério, foi secretário de Turismo da Paraíba entre 2019 e 2021.

Em discurso, o novo ministro agradeceu às lideranças que o indicaram e citou diretamente Hugo Motta. Ao tratar das diretrizes da pasta, afirmou que o setor deve ser ampliado como política pública. “Turismo tem que ser de todos. Quanto mais turismo, mais emprego e mais renda”, afirmou.

Saída de Sabino

Saída de Celso Sabino do Ministério do Turismo foi oficializada na última semana, após reunião de balanço entre Lula e ministros. Sabino comandava a pasta desde agosto de 2023 e havia sido indicado pela bancada do União Brasil na Câmara.

Neste ano, a sigla decidiu romper institucionalmente com o governo federal e determinou que seus filiados deixassem cargos na gestão petista. Sabino optou por permanecer no ministério, contrariando a orientação partidária, e acabou expulso do União Brasil.

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O ex-ministro tem como objetivo disputar uma vaga ao Senado pelo Pará em 2026. Em discurso de despedida, agradeceu ao presidente Lula pela permanência no cargo e destacou ações desenvolvidas durante sua gestão, entre elas a organização da Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), realizada em novembro, em Belém.

“Dediquei todos os meus esforços para honrar a confiança que me foi dada. Destaco a realização da COP30, que muitos desacreditaram, mas que foi entregue com infraestrutura e resultados”, disse.