Pedro Campos intervém e garante volta de Hugo Motta à presidência

Durante a confusão que tomou o plenário da Câmara dos Deputados nesta quarta-feira (6), um gesto do deputado pernambucano Pedro Campos (PSB) chamou atenção.

Ele foi o parlamentar que conduziu o presidente em exercício da Casa, Hugo Motta (Republicanos‑PB), de volta à cadeira da presidência após a tentativa de obstrução promovida por deputados da ala bolsonarista.

A cena ocorreu após parlamentares da oposição ocuparem o espaço da Mesa Diretora e impedirem Motta de assumir a condução da sessão.

Diante da resistência, o presidente chegou a se retirar do local. No entanto, em uma movimentação registrada por câmeras da Casa e veículos de imprensa, Pedro Campos segura o braço de Hugo Motta e o incentiva a reassumir o posto, rompendo simbolicamente a tentativa de bloqueio institucional feita pelos opositores.

Mais tarde, em entrevista, Motta classificou o episódio como um "limite ultrapassado" e afirmou que o "respeito à Mesa é inegociável". Já membros da base governista qualificaram o ato como um "sequestro do parlamento".

Pedro Campos, um dos deputados mais jovens da legislatura e herdeiro político do ex-governador Eduardo Campos, protagonizou o momento ao representar a defesa da ordem democrática no plenário.

A imagem do parlamentar ajudando a restaurar a normalidade da sessão viralizou nas redes e foi destacada por aliados.

O episódio reacende os debates sobre os limites dos protestos parlamentares e o papel das lideranças políticas na preservação do funcionamento das instituições.

"Eles não querem pauta nenhuma, eles querem o caos"

Em discurso contundente após a sessão tumultuada desta quarta-feira (6), o deputado pernambucano Pedro Campos (PSB) criticou duramente os parlamentares da ala bolsonarista que impediram o presidente em exercício da Câmara, Hugo Motta, de conduzir os trabalhos.

Para ele, a tentativa de obstrução foi uma ação deliberada de enfraquecimento das instituições brasileiras.

“Aqueles que trabalharam para enfraquecer o Legislativo no dia de hoje estão trabalhando para enfraquecer o Brasil”, afirmou Campos, associando os atos desta semana a um movimento mais amplo de ataque à democracia.

O deputado destacou que os mesmos parlamentares que “aplaudiram tarifas de tráfico” e defenderam pautas radicais, agora apostam no “enfraquecimento dos poderes” para justificar retrocessos.

“Eles não querem pauta nenhuma, eles querem o caos”, disse. “Eles querem que isso aqui vire uma balbúrdia, para justificar mais interferência e mais perda da soberania nacional.”

Campos defendeu a necessidade de fortalecimento do Legislativo e o papel central da presidência da Câmara nesse momento. “O Brasil precisa do presidente Hugo Motta, o Legislativo precisa”, declarou.

“Nós estamos enfrentando ameaças externas, e para isso precisamos do Senado forte, do STF forte, de um governo forte.”

Apesar de considerar que a obstrução foi derrotada, o parlamentar alertou para os danos causados. “Nós, a democracia brasileira, saímos feridos”, concluiu. “E por isso precisamos ser fortes para vencer as batalhas que virão.”