Eduardo Moura diz que pedirá impeachment de João Campos e debate casos da fiscalização com vereador do PSB

Cynara Maíra | Publicado em 17/04/2025, às 11h08 - Atualizado às 12h47

Eduardo Moura afirma que pedirá impeachment de João Campos - Yan Lucca/ Jamildo.com
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Durante sua participação em um programa de rádio com outros políticos na quarta-feira (16), o vereador Eduardo Moura (Novo) declarou que pretende protocolar um pedido de impeachment contra o prefeito do Recife, João Campos (PSB).

O motivo seria por supostos impedimentos ao exercício da função parlamentar.

A afirmação foi feita durante entrevista ao programa Debate da Super Manhã, da Rádio Jornal, em meio a uma discussão pública sobre os limites da fiscalização de vereadores em unidades municipais.

Segundo Moura, o pedido de afastamento se fundamentará em dois pontos principais: a falta de resposta da prefeitura a um pedido de informação no prazo legal de 30 dias e a restrição imposta ao vereador Gilson Machado Filho (PL) durante visita a uma unidade de saúde.

A atuação dele foi embaraçada. E a minha também foi”, afirmou ao citar a polêmica sobre as fiscalizações de órgãos públicos.

O parlamentar disse já ter iniciado uma análise jurídica para embasar o processo e de que o pedido de impeachment seria baseado na Lei Orgânica do Município. 

"O presidente da Casa terá que aceitar, e depois será formada uma comissão por sorteio. Vai depender da composição. Se cair com nomes da oposição, pode ser que passe", completou.

Debate sobre fiscalização amplia tensão entre oposição e base

As críticas de Eduardo Moura foram feitas durante um debate que contou com a participação de outros vereadores, como Rinaldo Júnior (PSB) e Thiago Medina (PL).

No centro da discussão está uma recomendação do Ministério Público de Pernambuco (MPPE), emitida em 4 de abril, que orienta que fiscalizações em unidades de saúde devem ser feitas mediante agendamento prévio com a Secretaria Municipal de Saúde.

A recomendação foi emitida após denúncias do Conselho Regional de Enfermagem (Coren-PE), que apontou problemas em visitas feitas por parlamentares, como transmissão ao vivo de atendimentos e exposição de servidores.

Rinaldo Júnior, vereador governista, contestou as falas de Moura, alegando que o colega da oposição realiza fiscalizações “midiáticas”.

Essa gestão é exemplo para o país. O Conecta Recife foi referência na pandemia. A oposição quer transformar tudo em palanque. João Campos bate recordes de entregas e não se pode falar em terra arrasada”, rebateu.

Oposição afirma que PCR acata pedidos apenas de aliados

Durante o debate, os vereadores também discutiram sobre a falta de resposta da prefeitura a requerimentos da oposição e sobre a execução de obras solicitadas por vereadores não alinhados à base do governo.

Eduardo Moura afirmou que, mesmo após mais de 20 pedidos formais da Câmara, a barreira que desabou em Passarinho, matando duas pessoas, ainda não havia sido reparada.

Já Rinaldo Júnior argumentou que outras obras foram feitas na região e que a gestão tem atuado em diferentes áreas da cidade. “Foram feitas 139 barreiras na semana passada. Nos governos anteriores, eram 20 ou 25”, declarou o socialista.

Em defesa de João Campos, Rinaldo ainda declarou que a Prefeitura do Recife tem se esforçado para atender aos requerimentos apresentados pelos parlamentares.

Relembre início de caso sobre fiscalizações

O embate sobre o alcance das fiscalizações parlamentares teve início após uma fiscalização feita por Eduardo Moura na Policlínica Barros Lima, em 16 de março.

Na ocasião, o vereador gravou vídeos ao vivo em que denunciava supostas falhas na unidade.

A visita gerou reações de sindicatos de classe, como o Sindicato dos Médicos e o Sindicato dos Enfermeiros do Estado de Pernambuco, que acusaram o vereador de conduta abusiva e assédio moral contra servidores.

Diante do impasse, a Câmara Municipal do Recife promoveu uma audiência pública no dia 24 de março para discutir os limites da atuação dos parlamentares nas fiscalizações.

O evento contou com a presença de representantes do Ministério Público, OAB-PE, Coren, Cremepe e sindicatos da saúde.

A recomendação do MPPE, assinada pelas promotoras Helena Capela e Selma Barreto, estabelece que os parlamentares devem solicitar as visitas com antecedência, utilizar equipamentos de proteção, evitar gravações sem autorização e respeitar as áreas restritas das unidades.

O MPPE também orientou a Polícia Militar a não prestar escolta para esse tipo de ação.

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