Eduardo da Fonte reúne apoio da maioria da União Progressista para o Senado em meio à disputa com Miguel Coelho

Plantão Jamildo.com | Publicado em 26/12/2025, às 18h03 - Atualizado em 27/12/2025, às 12h53

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As primárias das eleições para o Senado pelo União Progressistas já começaram em Pernambuco. Nos últimos dias, deputados estaduais que participam da federação intensificaram manifestações públicas de apoio ao deputado federal Eduardo da Fonte (PP) como pré-candidato à Casa Alta em 2026.

O movimento ocorre em meio às disputas internas pela vaga na federação e às articulações para a formação da chapa majoritária.

Por enquanto, a legenda está com a governadora Raquel Lyra (PSD), mas o prefeito do Recife, João Campos (PSB) quer atrair o grupo para a Frente Popular, com o ex-prefeito de Petrolina, Miguel Coelho, que também se coloca como pré-candidato ao cargo pela mesma federação.

Parlamentares do União Progressistas e até do PSB passaram a defender o nome de Eduardo da Fonte como opção da federação para a vaga ao Senado. Teve defesa desde a atuação no Congresso Nacional, capilaridade política no Estado e protagonismo na destinação de recursos via emendas parlamentares para a saúde pública.

Entre os apoios, a deputada estadual Roberta Arraes (PP) apontou o papel do parlamentar na viabilização do Primeiro Hospital do Câncer do Sertão do Araripe, com recursos superiores a R$ 8 milhões em emendas.

Eduardo é o deputado que mais trabalha pela saúde do nosso estado. Ele escuta com atenção, entende as necessidades de cada região e sabe reunir um bom time de pessoas comprometidas para fazer Pernambuco avançar”, afirmou.

O deputado Antônio Moraes (PP), vice-líder do governo na Assembleia Legislativa, também reforçou a defesa do nome de Eduardo da Fonte para compor a chapa da governadora Raquel Lyra.

Segundo ele, o parlamentar reúne experiência e capacidade de articulação. “É um deputado federal super atuante, não apenas em Brasília, mas no nosso estado inteiro. No Senado, sei que ele terá ainda mais força para articular as conquistas que Pernambuco precisa”, declarou.

Na mesma linha, o líder do PP na Alepe, Henrique Filho, avaliou que a pré-candidatura ao Senado é resultado de uma construção política consolidada. “A candidatura de Eduardo da Fonte ao Senado é consequência natural de um trabalho sólido, contínuo e profundamente enraizado em Pernambuco”, disse.

Outros parlamentares estaduais também se manifestaram. Claudiano Filho (PP) citou investimentos em hospitais como IMIP, Hospital do Câncer de Pernambuco e Hospital da Restauração.

Pastor Junior Tércio (PP) afirmou que a vaga exige experiência e articulação em Brasília. “Eduardo da Fonte tem um trabalho reconhecido na área da saúde e entregas para Pernambuco”, declarou. 

Adalto Santos (PP) reforçou a atuação do deputado na defesa do SUS e na destinação de recursos para hospitais públicos. Cleiton Collins (PP) também defendeu a candidatura de Eduardo da Fonte ao Senado em 2026. Segundo ele, o parlamentar "reúne força política, capacidade de articulação".

Romero Filho, do União Brasil de Miguel, declarou que o nome mais preparado para o Senado é de Eduardo da Fonte

Deputados do PSB também passaram a externar apoio. Dannilo Godoy afirmou que a construção política da federação aponta para o nome de Eduardo da Fonte. “O processo não é sobre vontade individual, é sobre construção política. Eduardo da Fonte tem lastro, articulação e legitimidade para ocupar esse espaço”, disse. France Hacker destacou a base política do deputado e a liderança da federação no Estado.

Disputa interna na federação

As manifestações ocorrem em meio ao embate interno com Miguel Coelho, presidente estadual do União Brasil, que também se apresenta como pré-candidato ao Senado.

Eduardo da Fonte sustenta que a executiva nacional da federação definiu que a indicação das candidaturas seguirá o critério da maioria partidária em cada estado, o que colocaria o PP em posição de indicar o nome em Pernambuco.

Pernambuco está entre os nove estados que o PP indica os cinco membros e o União dois. Isso já está pacificado”, afirmou Eduardo da Fonte em entrevista à Rádio Folha, ao reconhecer a existência de disputas internas após a formalização da federação.

Miguel Coelho, por sua vez, contesta essa interpretação e afirma que o estatuto da federação exige unanimidade para a definição das candidaturas majoritárias estaduais.

No que diz respeito às candidaturas majoritárias, tem que ser por unanimidade. Se não houver consenso, a decisão sobe para a nacional”, declarou, ao negar clima de racha e afirmar que o debate é próprio do processo político.

O secretário estadual de Turismo e Lazer, Kaio Maniçoba (PP), afirmou que a maioria da federação trabalha pelo apoio à reeleição da governadora e defendeu o nome de Eduardo da Fonte para o Senado.

Enxergo Eduardo da Fonte como o nosso candidato ao Senado. Trabalho para que seja ao lado da governadora Raquel Lyra”, disse em entrevista a uma rádio local.

O fortalecimento do nome de Eduardo da Fonte ocorre após encontros reservados com a governadora Raquel Lyra, incluindo uma reunião no Palácio do Campo das Princesas que teve 2026 como pauta. Desde então, deputados do PP passaram a defender de forma mais aberta a entrada do parlamentar na disputa majoritária.

Federação União Progressistas com Raquel Lyra

O prefeito João Campos tenta atrair a federação União Progressistas para sua órbita. No início do mês, viajou a Araripina, no Sertão, para se reunir com Antônio Rueda, presidente nacional do União Brasil. 

A aproximação com Rueda pode ser uma tentativa do prefeito do Recife de articular o União Brasil para sua base em 2026 e acomodar o ex-prefeito de Petrolina, Miguel Coelho.

O objetivo seria viabilizar Miguel na chapa majoritária, mesmo que o União Brasil esteja em federação com o Progressistas.

O PP, no entanto, é um aliado central de Raquel Lyra, sendo a maior bancada da governadora na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) e com cargos no governo, principalmente após as eleições municipais de 2022.

Já o União Brasil adota posição de independência, sendo o partido da líder governista na Alepe, deputada Socorro Pimentel, e abriga a ala dos Coelhos, com Antônio na Alepe. A família é aliada do prefeito do Recife e adversário da governadora Raquel Lyra em 2026.

Definição da vaga é um acordo nacional

Presidente estadual do Partido Progressistas e da Federação União Progressista em Pernambuco, o deputado federal Eduardo da Fonte afirmou que a executiva nacional da federação já decidiu que as candidaturas ao Senado serão definidas a partir das maiorias partidárias em cada estado.

Eduardo da Fonte detalhou que a distribuição de forças entre PP e União Basil varia conforme o estado. “Pernambuco está entre os nove estados que o PP indica os cinco membros e o União dois. Como existem outros estados em que ocorre o inverso ou em que a decisão cabe à nacional, isso já está pacificado. A nacional não vai decidir duas vezes a mesma coisa”, afirmou.

O parlamentar reconheceu que, desde a consolidação da federação, surgiram disputas internas sobre a formação das chapas, mas sustentou que o critério das maiorias já foi acordado.

Nesse cenário, colocou-se como pré-candidato ao Senado, em meio às movimentações do ex-prefeito de Petrolina, Miguel Coelho, presidente estadual do União Brasil.

É a maioria que vai decidir. E a gente vai fazer isso construindo uma solução. Miguel é um grande quadro da federação e vai ter o seu espaço, assim como outros parlamentares”, disse.

Miguel Coelho tem outro entendimento. Segundo ele, não adianta ter maioria. O dirigente do União Brasil destacou ainda que o estatuto da federação estabelece regras específicas para a definição das candidaturas majoritárias nos estados. Segundo ele, a formação de maioria no diretório estadual não é suficiente. 

No que diz respeito às candidaturas majoritárias e proporcionais estaduais, não adianta ser cinco a dois ou seis a um. Tem que ser por unanimidade. Se não houver consenso, a decisão sobe para a nacional, que é a cláusula prevista para que a gente possa registrar a chapa”, explicou.

Vagas na chapa majoritária de Raquel Lyra

Nas articulações, também entrou no radar o senador Fernando Dueire (MDB), que tem sido citado como possível integrante da chapa ao Senado de Raquel Lyra.

Um encontro recente entre Dueire e Eduardo da Fonte, registrado nas redes sociais, reacendeu especulações sobre a composição majoritária.

Dueire tenta viabilizar a reeleição em meio a um impasse no MDB de Pernambuco, que tem se aproximado do prefeito do Recife, João Campos, adversário da governadora. Apesar de contar com o apoio de dezenas de prefeitos, o senador avalia alternativas partidárias, incluindo convites do Avante, legenda da base governista.

Esse encontro tem muitos símbolos. Símbolo de unidade, dos valores, dos princípios. E eu me identifico com isso. Minha presença aqui é um ato que não traz muito espanto, porque com os Oliveiras e o Avante, eu me sinto em casa. Eles, de fato, não só me convidaram para ingressar no partido, como deixaram as portas abertas, mas tudo em seu tempo e tudo em sua hora”, afirmou Dueire durante ato do Avante.

Enquanto aguarda uma definição judicial sobre o comando do MDB no Estado, Dueire mantém diálogo com aliados do governo e com Eduardo da Fonte, em um cenário que segue em aberto para a formação da chapa ao Senado em 2026.

Eduardo da Fonte Miguel Coelho Eleições 2026

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