Durante evento sobre novo habitacional, Raquel Lyra cobra mais uma vez Álvaro Porto em caso de empréstimo

Cynara Maíra | Publicado em 23/05/2025, às 12h19 - Atualizado às 13h05

Raquel Lyra e Álvaro Porto estão em tensão - Yacy Ribeiro/Secom
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Durante a assinatura da ordem de serviço para a construção de um novo conjunto habitacional no bairro do Bongi, na Zona Oeste do Recife, a governadora de Pernambuco, Raquel Lyra (PSD), voltou a cobrar publicamente a Assembleia Legislativa (Alepe) pela aprovação de matérias consideradas estratégicas para o Executivo.

O evento, realizado nesta sexta-feira (23), serviu de palco para novas críticas à Alepe e, indiretamente, à condução do presidente da Casa, deputado Álvaro Porto (PSDB).

O caso ocorre em meio ao impasse sobre a autorização de um empréstimo de R$ 1,5 bilhão solicitado pelo governo estadual.

Tem três ações que são muito importantes para serem votadas neste momento”, afirmou Raquel, citando a indicação do novo presidente da Adagro, a nomeação definitiva do administrador de Fernando de Noronha e a autorização do financiamento.

Raquel ainda afirmou que a aprovação do empréstimo precisa ocorrer logo, já que “muitos outros estados [estão] buscando o mesmo recurso, e a capacidade de empréstimo não é infinita”, alertou a gestora.

O projeto de empréstimo, encaminhado à Alepe em março, prevê investimentos em obras de infraestrutura, como a duplicação da BR-232 entre São Caetano e Arcoverde e a construção do primeiro trecho do Arco Metropolitano, ligando Moreno à BR-101, nas proximidades do Porto de Suape.

A proposta chegou a avançar na Comissão de Constituição e Justiça, mas foi alterada pela Comissão de Finanças, presidida por Antônio Coelho (União Brasil), que apresentou um substitutivo destinando metade do valor, cerca de R$ 750 milhões, aos 184 municípios pernambucanos.

A mudança gerou reações imediatas do Executivo. Em entrevista anterior à Rádio Jornal Caruaru, a governadora afirmou que a alteração coloca em risco a obtenção do crédito junto às instituições financeiras. “Nosso trabalho é para que seja votado da forma que a gente encaminhou, sob pena de a gente sequer conseguir contrair o empréstimo", disse Raquel.

A modificação também agravou a crise entre o Palácio do Campo das Princesas e a Alepe. Após a aprovação do substitutivo, a base governista acionou o trancamento da pauta da Casa, por meio de requerimento da deputada Débora Almeida (PSDB).

O presidente Álvaro Porto acatou o pedido, mas emitiu nota cobrando o pagamento das emendas parlamentares impositivas de 2024, ainda pendentes, e alegando descumprimento constitucional por parte do Executivo.

Confira toda saga entre Raquel e Álvaro no material interativo produzido pelo Jamildo.com: 

Na tentativa de manter o avanço de projetos considerados prioritários, Raquel tem buscado alternativas, como no caso de Fernando de Noronha.

Mesmo com a sabatina do nome de Virgílio Oliveira travada na Comissão de Constituição e Justiça, presidida por Alberto Feitosa (PL), a governadora nomeou o indicado como administrador adjunto da ilha, em caráter interino. A medida teve efeito imediato e garantiu a atuação de Virgílio no arquipélago a partir de 13 de maio.

Apesar do clima de tensão com o Legislativo, Raquel demonstrou confiança em destravar os projetos. “Estamos trabalhando junto à liderança do governo e os deputados estaduais para que essa votação possa ser feita o mais rápido possível”, declarou.

Raquel Lyra alepe Álvaro Porto

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