Bastidores: divergência entre Anderson Ferreira e Gilson Machado ganha força e amplia racha no PL Pernambuco

Plantão Jamildo.com | Publicado em 14/11/2025, às 15h26 - Atualizado às 15h49

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O ambiente interno do PL em Pernambuco voltou a sofrer pressões após a repercussão do artigo do ex-diretor nacional de Políticas sobre Drogas, Edu Cabral. No texto, enviado a diversos sites, inclusive ao Jamildo.com, Cabral avalia que o partido pode enfrentar uma ruptura caso o ex-ministro do Turismo Gilson Machado deixe a sigla. A análise provocou reações entre dirigentes da direita no Estado e, segundo Edu, levou representantes de quatro partidos a procurar Gilson e seu grupo político.

Segundo Edu Cabral, uma eventual saída do ex-ministro arrastaria lideranças regionais e parte do eleitorado bolsonarista de Pernambuco. Sob condição de anonimato, um dirigente do PL afirmou que dois nomes seguiriam o sanfoneiro, o vereador recifense Gilson Machado Filho e o deputado estadual Coronel Alberto Feitosa. No artigo, Edu Cabral também recordou que Gilson obteve mais de 1,3 milhão de votos na disputa pelo Senado em 2022, quando terminou em segundo lugar.

Em conversa com o Jamildo.com, Gilson Machado comparou sua votação à de Anderson Ferreira, presidente estadual do partido e candidato ao governo naquele pleito. "Anderson Ferreira teve 800 e pouco mil votos, quase metade do meu voto. Apesar de ser o candidato a governador da chapa", comentou.

O ex-ministro do Turismo afirmou que não pretende antecipar discussões eleitorais e criticou movimentos internos que tratam da chapa majoritária para 2026. “A gente está num momento de fragilidade. Temos que focar na anistia, na liberdade do presidente Bolsonaro, na minha liberdade. Estou há cinco meses sem poder sair do Recife, com passaporte e celulares apreendidos.”

Gilson classificou como precipitado o debate sobre uma eventual candidatura ao Senado e reagiu a declarações do deputado federal Coronel Meira, que defendeu que ele concorra à Câmara dos Deputados. “Meira cuida do cercado dele. Do meu cercado cuido eu. Sou candidato de Bolsonaro ao Senado em Pernambuco, independentemente do partido em que eu esteja”, disse.

Nos bastidores, aliados avaliam que o interesse de Meira em deslocar o ex-ministro para a Câmara está ligado à própria sobrevivência eleitoral. O entendimento é de que Gilson funcionaria como puxador de votos. Ainda segundo essa leitura interna, a permanência dele no PL poderia assegurar de seis a sete vagas na Câmara Federal e fortalecer a bancada estadual.

Uma eventual saída, no entanto, poderia fragilizar a sigla, que tende a perder nomes de grande votação em outros estados, como Carla Zambelli e Eduardo Bolsonaro, em São Paulo, e Nikolas Ferreira, pré-candidato ao governo de Minas Gerais.

O tensionamento ocorre em meio às disputas entre Gilson Machado e Anderson Ferreira pelo espaço majoritário em 2026. Ambos pretendem concorrer ao Senado, mas o partido só terá uma vaga disponível. Gilson conta com o apoio do ex-presidente Jair Bolsonaro, enquanto Anderson mantém o respaldo do presidente nacional da legenda, Valdemar da Costa Neto.

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