O PL do Recife já sofreu duas trocas desde o início de 2025. Decisão foi anunciada por Valdemar Costa Neto e Anderson Ferreira após polêmica com Paulo Muniz
por Cynara Maíra
Publicado em 03/10/2025, às 10h06 - Atualizado às 10h44
O deputado federal Coronel Meira assume a presidência do diretório do Partido Liberal (PL) no Recife após duas trocas em menos de dois meses.
A mudança foi anunciada pelo presidente estadual Anderson Ferreira e pelo presidente nacional Valdemar Costa Neto, em meio a uma polêmica envolvendo o vereador Paulo Muniz.
Gilson Machado foi destituído do comando em agosto, dando lugar a Paulo Muniz; Muniz foi saiu da liderança do partido após declarações contra Michelle Bolsonaro e Janja da Silva.
Coronel Meira, próximo a Gilson Machado e à ala mais ideológica, participou de ato no 7 de setembro ao lado de Gilson; Anderson Ferreira apoiou o movimento, mas não esteve presente.
Bastidores apontam que a troca visa evitar novas rupturas diante de tensões internas, como as ocorridas nas eleições de 2024, relacionadas a investimentos nas campanhas de Fred Ferreira e Gilson Filho.
Após duas mudanças no diretório municipal do Partido Liberal (PL) no Recife, o deputado federal Coronel Meira é o novo presidente do diretório do Partido Liberal (PL) no Recife.
O presidente presidente estadual da legenda, Anderson Ferreira, e o presidente nacional, Valdemar Costa Neto, anunciaram a mudança na quarta-feira (01).
A alteração mais recente ocorre depois de uma polêmica com o vereador Paulo Muniz, que comandava o partido no Recife.
Esta é a segunda troca no comando do diretório municipal em menos de dois meses. Em agosto, o ex-ministro Gilson Machado foi destituído do cargo para dar lugar a Paulo Muniz, em uma articulação liderada por Anderson Ferreira.
Após Muniz xingar a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (PL) em um grupo da Câmara Municipal no dia 11 de setembro, o caso repercutiu. O vereador também criticou a atual primeira-dama, Janja da Silva.
Diante da polêmico, Anderson Ferreira classificou as declarações como "inaceitáveis" e anunciou que entraria com um processo de expulsão. Até o momento não houve andamento da ação e o político deve continuar na legenda.
Apesar de Paulo Muniz ser um nome mais próximo do grupo de Anderson Ferreira, sua queda forçou uma nova articulação, dessa vez com o núcleo mais bolsonarista do PL.
Próximo de Gilson Machado e da ala mais ideológica, Coronel Meira, foi o escolhido, em uma tentativa de equilibrar forças internas e evitar novas rupturas no partido
No protesto da direita no feriado de 7 de setembro, Meira e Gilson participaram ativamente do ato, enquanto Anderson Ferreira, apesar de incentivar o movimento em notas, não compareceu pessoalmente.
A escolha de Meira, chancelada por Anderson e Valdemar, é vista nos bastidores como uma tentativa de equilibrar as forças internas e evitar novas rupturas no partido.
A legenda já passou por tensões públicas nas eleições de 2024, quando Gilson Machado argumentava um investimento maior de Anderson Ferreira na campanha do cunhado, vereador Fred Ferreira (PL). O grupo mais próximo de Anderson citava o mesmo no caso do filho de Gilson, Gilson Filho.
A situação piorou após Valdemar Costa Neto afirmar que não iria gastar mais com a campanha do PL no Recife, já que seria desperdiçar dinheiro investir mais em um cenário de ampla vantagem do prefeito João Campos (PSB) para sua reeleição.