Plantão Jamildo.com | Publicado em 23/09/2025, às 18h44
A PEC das Prerrogativas, conhecida como PEC da Blindagem, aprovada na semana passada pela Câmara dos Deputados, é rejeitada por 72% da população brasileira, segundo pesquisa Pulso Brasil/Ipespe divulgada nesta terça-feira (23).
O levantamento ouviu 2.500 pessoas entre 19 e 22 de setembro em todo o país, com margem de erro de 2 pontos percentuais.
A proposta prevê que prisão e processos criminais contra deputados e senadores só possam ocorrer com autorização das Casas Legislativas. Apesar de ter recebido 344 votos favoráveis na Câmara, a medida enfrenta resistência entre os eleitores, que lotaram as ruas de diversas capitais do Brasil contra o projeto de emenda à Constituição.
O índice de desaprovação é mais elevado entre eleitores de esquerda, com 92% contrários, e entre eleitores de centro, 81%. Entre os eleitores de direita, 51% manifestaram-se contra a PEC. Apenas 22% dos entrevistados declararam apoio, enquanto 6% não souberam ou preferiram não responder.
Entre os eleitores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), 52% são contrários à proposta e 38% favoráveis. Entre eleitores do presidente Lula (PT), 87% rejeitam a PEC, enquanto 11% manifestaram apoio.
O senador Alessandro Vieira (MDB-SE), relator da proposta na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, adiantou que seu parecer será pela rejeição do projeto. “Minha posição sobre o tema é pública e o relatório será pela rejeição, demonstrando tecnicamente os enormes prejuízos que essa proposta pode causar aos brasileiros”, escreveu no X. O presidente da CCJ, Otto Alencar (PSD-BA), afirmou que pautará a PEC na próxima quarta-feira (24) e defendeu o sepultamento da medida.
“Vou mostrar tecnicamente o tamanho do desastre. Os crimes graves que estão sendo abrigados pela blindagem”, afirmou o relator ao jornal OGlobo.
A pesquisa também abordou a proposta de anistia aos envolvidos nos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023. Segundo o levantamento, 46% dos entrevistados são contrários à anistia, 28% apoiam um perdão geral, e 18% defendem uma anistia parcial para os que tiveram menor envolvimento.
Entre eleitores de Bolsonaro, 63% apoiam a anistia geral e 19% a parcial; 9% se declararam contrários. Entre eleitores de Lula, 74% rejeitam a anistia ampla, 17% apoiam a parcial e 4% a geral.
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