Auditores Fiscais de Pernambuco articulam destituição da diretoria do SINDIFISCO por quebra da paridade e gestão questionada

Jamildo Melo | Publicado em 22/05/2025, às 15h17 - Atualizado às 16h26

Sede do Sindifisco, na Rua da Aurora, no Recife - Reprodução
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Nesta quinta-feira, um grupo de Auditores Fiscais do Tesouro Estadual de Pernambuco, autodenominado Grupo PARIDADE, anunciou a decisão de buscar a destituição da atual diretoria colegiada do Sindicato dos Fazendários de Pernambuco (SINDIFISCO-PE).

A mobilização surge em meio a um crescente descontentamento com a condução do sindicato.

Segundo os membros do grupo, essa condução tem resultado em graves prejuízos para a categoria, especialmente no que tange à paridade remuneratória entre servidores ativos e aposentados e pensionistas.

Os auditores fiscais apontam uma série de motivos para a drástica medida, que consideram essencial para resgatar a representatividade e a credibilidade da entidade sindical.

"Chegamos a um ponto insustentável. A diretoria atual não apenas falhou em defender nossos direitos mais básicos, como a paridade, mas também minou a confiança e a unidade da nossa categoria com práticas questionáveis e falta de diálogo", afirma Marconi Costa, um dos porta-vozes do Grupo PARIDADE.

"A destituição não é uma medida que tomamos de ânimo leve, mas sim uma necessidade urgente para resgatar nosso sindicato e garantir que ele volte a servir aos interesses de todos os Auditores Fiscais, com transparência, democracia e combatividade".

Veja as principais queixas:

Quebra da paridade remuneratória

"O Grupo PARIDADE acusa a atual Diretoria Colegiada de ser a principal responsável pela quebra da isonomia salarial, quanto à remuneração, entre servidores em atividade e aposentados/pensionistas, uma bandeira de luta histórica da categoria, através da aprovação de um acordo amplamente prejudicial"

"...apelidado de "acordo do século, este acordo teria imposto perdas significativas e crescentes para os ativos, em final de carreira, aos aposentados e pensionistas, além de gerar insegurança para os futuros inativos".

Falta de transparência e democracia

"Membros do grupo relatam uma gestão marcada pela ausência de transparência nas contas e decisões administrativas do sindicato. Há queixas sobre a dificuldade de acesso a balancetes, atas de assembleias e documentos financeiros, além de questionamentos sobre a forma como importantes deliberações foram tomadas, como a filiação do SINDIFISCO-PE a uma central sindical, alegadamente sem o devido debate e com quórum inexpressivo".

Gestão questionável e desvio de finalidade

"A diretoria tem utilizado a estrutura sindical para fins que não condizem com os interesses da maioria da categoria, incluindo a promoção pessoal de dirigentes e o uso da máquina sindical para atacar e desqualificar filiados que apresentam posições divergentes. Há também relatos de gastos excessivos e falta de prestação de contas satisfatória".

Não representação dos interesses da categoria

"O Grupo PARIDADE sustenta que a atual Diretoria Colegiada não tem defendido os interesses de todos os Auditores Fiscais, desrespeitando deliberações de assembleias gerais e, em alguns casos, atuando de forma a dividir a categoria, colocando ativos contra aposentados".

Perda de confiança

"A soma desses fatores levou a uma profunda crise de confiança na atual gestão, que é descrita por membros do grupo como antidemocrática, inoperante e irresponsável".

Também nesta quinta, o Grupo PARIDADE informou que está em curso a convocação de uma nova Assembleia Geral Extraordinária (AGE), a se realizar no dia 5 de junho, com o objetivo de deliberar sobre a destituição da diretoria colegiada, seguindo os trâmites estatutários e legais.

Em respeito ao contraditório, o Site Jamildo.com abriu espaço para esclarecimentos do SINDIFISCO-PE. Leia aqui.

 

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