MPPE alinha acordo de conduta com Sport, Náutico e Santa Cruz para evitar violência de torcidas organizadas

Veja os principais pontos do termo de ajustamento de conduta proposto pela MPPE e qual o objetivo da mudança para o Sport, Náutico e Santa Cruz

Cynara Maíra

por Cynara Maíra

Publicado em 12/02/2025, às 10h55

Ministério Público reuniu representantes do Sport, Santa Cruz e Náutico para discutir formas de resolver violência entre torcidas - Priscilla Buhr/AMCS
Ministério Público reuniu representantes do Sport, Santa Cruz e Náutico para discutir formas de resolver violência entre torcidas - Priscilla Buhr/AMCS

O Ministério Público de Pernambuco (MPPE) formalizou na terça-feira (11) um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) com os principais times de futebol de Pernambuco.

Com a ação, Sport, Náutico e Santa Cruz precisarão limitar qualquer vínculo entre os clubes e as torcidas organizadas Torcida Jovem do Leão, Explosão Coral e Náutico até Morrer.

O acordo prevê a proibição de repasses financeiros, fornecimento de ingressos e qualquer forma de apoio institucional a essas torcidas, além de medidas para restringir a presença de membros nos estádios e nas instalações dos clubes.

A assinatura do TAC ocorreu após reuniões entre representantes dos três clubes, da Federação Pernambucana de Futebol (FPF) e integrantes do MPPE, que discutiram estratégias para conter a violência associada a essas torcidas.

Participaram do encontro os presidentes do Sport, Yuri Romão; do Náutico, Bruno Becker; e o vice-presidente do Santa Cruz, Marcos Benevides.

Também estiveram presentes o presidente da FPF, Evandro Barros de Carvalho, e integrantes do MPPE, incluindo o Subprocurador-Geral de Justiça em Assuntos Institucionais, Renato da Silva Filho.

Objetivo de acordo com clubes pernambucanos

Em fala sobre o tema, Renato reforçou que o propósito do TAC é afastar as organizadas da estrutura dos clubes pernambucanos.

"O objetivo principal é, evidentemente, dissociar essas torcidas organizadas dos clubes pernambucanos. Não é fazer com que elas não tenham nenhum apoio, mas elas não podem encontrar nos clubes locais que facilitem a prática de badernas. São vândalos, não são torcedores", declarou.

O cumprimento do TAC será avaliado a cada seis meses, em reuniões entre os clubes, o MPPE e os órgãos de segurança pública.

Principais pontos do acordo

Com a assinatura do TAC, os clubes se comprometeram a:

  • Não conceder qualquer tipo de patrocínio ou repasse financeiro para as torcidas organizadas citadas, incluindo ingressos, transporte ou alimentação;
  • Proibir a exibição de faixas, bandeiras, símbolos ou qualquer tipo de material que identifique essas torcidas nos estádios onde forem mandantes;
  • Impedir a reserva de setores exclusivos nos estádios para membros das organizadas e barrar o acesso de indivíduos identificados como integrantes dessas torcidas, tanto em dias de jogos quanto nas dependências dos clubes, como centros de treinamento e sedes administrativas;
  • Excluir do quadro de sócios qualquer integrante dessas torcidas organizadas identificado, além de impedir que eles ocupem cargos diretivos, sejam funcionários ou prestadores de serviço dos clubes;
  • Implementar, até 14 de junho de 2025, a venda exclusiva de ingressos por meio eletrônico e a instalação de catracas com identificação facial para controle de acesso nos estádios;
  • Colaborar com investigações policiais, fornecendo dados de sócios e frequentadores quando solicitado formalmente pelos órgãos de segurança.

A mobilização sobre o caso ocorreu após as cenas de violência que atingiram as proximidades da Ilha do Retiro durante o jogo entre o Sport e o Santa Cruz, em 1º de fevereiro. Além de várias pessoas feridas, o caso levou um membro da torcida organizada do Sport ao hospital após ser agredido e violentado sexualmente.