Joel da Harpa acionou a polícia durante Virada Recife 2026. Em conversa com o site, relatou ameaças e defendeu criação de grupo de combate à prática
por Cynara Maíra
Publicado em 29/12/2025, às 13h12 - Atualizado às 13h32
Flagrante: O deputado Joel da Harpa (PL) acionou a PM após flagrar extorsão por flanelinhas no Pina durante o Réveillon.
Ameaça: O parlamentar relatou ao Jamildo.com que o suspeito chegou a falar em "tirar o sangue" de integrantes da equipe durante a abordagem.
Imagens: O vídeo com o registro da confusão será publicado nas redes sociais do deputado hoje, às 18h.
Proposta: Joel promete articular a criação de um grupo específico da polícia focado na fiscalização de flanelinhas.
Contexto: A prática configura crime de extorsão; o Recife não possui cadastro ativo de guardadores desde 2015, gerando vácuo legal.
O presidente da Comissão de Segurança Pública da Assembleia Legislativa (Alepe), deputado Joel da Harpa (PL), fez um flagrante de extorsão praticado por um flanelinha durante as festas de Réveillon no bairro do Pina, na Zona Sul do Recife.
Enquanto o parlamentar acompanhava o trabalho do policiamento ostensivo com seu gabinete móvel, o deputado constatou uma cobrança abusiva e a intimidação contra motoristas.
Depois do caso, Joel acionou a Polícia Militar. O suspeito foi detido e conduzido à delegacia para a adoção das medidas cabíveis. Segundo o deputado em fala ao Jamildo.com, o flanelinha chegou a falar em "tirar o sangue" contra integrantes de sua equipe durante a abordagem.
O vídeo com toda situação será publicado nas redes sociais do deputado hoje às 18h.
Segundo Joel, não se tratava de um caso isolado, mas de um grupo atuando no local.
"Tinha vários flanelinhas fazendo ameaça. A princípio ia fazer só um Boletim de Ocorrência, fiz quatro vídeos. A turma está deixando chegar a um ponto que eles acham que são donos da rua", afirmou o deputado.
Joel relatou que a intimidação é ainda mais grave quando as vítimas são mulheres e defendeu que a população denuncie formalmente os casos para que a polícia possa atuar.
"Não sou contra o flanelinha estar ali na rua, não sou contra o trabalho. Às vezes ele lava teu carro. O que está acontecendo é extorsão, causando pânico", explicou.
Diante da recorrência do problema, Joel da Harpa prometeu intensificar as ações de rua e articular uma resposta institucional. A proposta do deputado é criar um grupo específico da polícia focado na fiscalização dessas atividades.
Embora a Lei Federal 6.242/1975 permita a atuação de guardadores autônomos em locais autorizados, a prática de exigir pagamento mediante ameaça configura crime de extorsão pelo Código Penal.
No Recife, não há um cadastro ativo ou delimitação clara pela prefeitura desde as tentativas de regularização feitas entre 2014 e 2015. Esse vácuo facilita a atuação de grupos que loteiam o espaço público ilegalmente.