Silvio Costa Filho quer discutir Metrô do Recife com ministros de Lula após vagões pegarem fogo

O ministro dos Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho (Republicanos), anunciou no sábado (25) que solicitará uma reunião emergencial para discutir a situação do Metrô do Recife. A mobilização ocorre após um incêndio atingir um trem da Linha Centro na tarde do mesmo dia, interditando toda a operação da linha.

A ideia do ministro é reunir os ministros Rui Costa (Casa Civil) e Jader Filho (Cidades), o governador em exercício Ricardo Paes Barreto, e prefeitos da Região Metropolitana. O objetivo é debater medidas emergenciais para garantir a segurança dos usuários e discutir melhorias para o sistema, que deve ir para concessão privada em breve. 

“O metrô do Recife é um importante modal que transporta milhares de pernambucanos diariamente. O episódio de hoje reforça a necessidade de discutir medidas emergenciais para garantir que a segurança seja reestabelecida e que um conjunto de ações em melhorias possam ser feitas", avaliou Costa Filho. O ministro informou que já entrou em contato com Rui Costa, Jader Filho e Paes Barreto sobre o ocorrido.

Incêndio e Interdição do Metrô do Recife

O incêndio ocorreu por volta das 13h do sábado, quando um trem que seguia entre as estações Curado e Alto do Céu, no ramal Camaragibe, pegou fogo. Segundo a Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU), a causa foi um curto-circuito na rede aérea de energia.

Imagens mostraram chamas e fumaça saindo de um vagão, enquanto passageiros ainda estavam dentro. Ninguém ficou ferido.

O fogo atingiu totalmente um vagão e parcialmente outros dois. O incidente causou problemas de energia nos dois ramais da Linha Centro (Camaragibe e Jaboatão), levando à interdição de todas as 19 estações. A CBTU abriu uma comissão interna para apurar o caso.

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No domingo (26), a companhia informou que os reparos no ramal Jaboatão foram concluídos e a operação seria retomada na segunda-feira (27); o ramal Camaragibe, onde ocorreu o incêndio, segue sem previsão de retorno.

Contexto de Crise do Metrô

O incêndio agrava a já conhecida crise de sucateamento do Metrô do Recife. Administrado pela CBTU, o sistema opera com frota reduzida (cerca de 15 trens), longos intervalos e viagens demoradas.

Desde setembro de 2024, não há operação aos domingos para manutenção, e trechos operam em via única durante a noite para troca de trilhos, obra financiada com recursos do Novo PAC.

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Sucateado, o Metrô deve passar das mãos do Governo Federal para gestão da governadora Raquel Lyra (PSD), que pretende concedê-lo à iniciativa privada.

Durante sua viagem internacional, Raquel Lyra chegou a visitar uma fábrica de trens de metrô e anunciar que estuda antecipar investimentos para adquirir vagões para o Metrô do Recife.

O Sindicato dos Metroviários (Sindmetro-PE) é contra a privatização e defende investimentos públicos para recuperação. Segundo o grupo, uma concessão prejudicaria áreas e pessoas mais vulneráveis, pela prioridade dos entes privados de lucrar com o equipamento.