Em direcionamento parecido ao de Eduardo da Fonte em Pernambuco, PP Nacional se aproxima do bolsonarismo novamente
por Cynara Maíra
Publicado em 07/03/2025, às 09h36
O Progressistas (PP) tem dado sinais de afastamento do governo Lula (PT) e de maior alinhamento com a oposição, seguindo uma tendência já observada em Pernambuco, onde o deputado federal Eduardo da Fonte articula a filiação de aliados de Jair Bolsonaro à sigla.
A movimentação nacional foi confirmada pelo presidente do partido, senador Ciro Nogueira (PI), que afirmou ao Blog da Andréia Sadi, no G1, que o PP "nunca entrou" na base do governo federal e que há pressão interna para um rompimento definitivo.
O presidente do PP cravou que o partido não apoiará Lula em uma eventual candidatura à reeleição.
"Eu acho muito difícil, impossível, que estes quatro partidos estejam com Lula na eleição de 2026. O meu, com certeza não estará", afirmou Nogueira, incluindo na lista PSD, União Brasil e Republicanos.
O movimento ocorre em um cenário de queda na popularidade do presidente e insatisfação com a reforma ministerial realizada em ritmo lento.
A posição de Nogueira ocorre em meio a críticas à condução política de Lula e à falta de espaço para partidos do Centrão na estrutura ministerial.
Atualmente, o PP comanda o Ministério do Esporte, sob a gestão de André Fufuca, mas a sigla tem demonstrado descontentamento com o governo. Além disso, outras legendas, como União Brasil e Republicanos, também avaliam deixar a base petista antes das eleições de 2026.
Em meio a esse contexto, lideranças do PP têm se aproximado ainda mais do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL)
Durante o Carnaval, Ciro Nogueira, Fábio Faria e Capitão Derrite visitaram Bolsonaro em Angra dos Reis (RJ) para discutir as eleições de 2026. O encontro reforça a construção de um palanque para a oposição, com o PP desempenhando papel estratégico nessa articulação.
A aliança do PP com Bolsonaro já se reflete nos estados.
Em Pernambuco, Eduardo da Fonte confirmou negociações para a filiação do ex-ministro do Turismo, Gilson Machado (PL), do deputado estadual Coronel Alberto Feitosa (PL) e do vereador recifense Gilson Filho (PL).
A possível ida de Machado, Feitosa e Gilson Filho para o PP se insere em um cenário de reconfiguração das forças políticas para as eleições de 2026.
A sigla, que já conta com quatro deputados federais, oito estaduais e 24 prefeitos em Pernambuco, busca consolidar uma chapa forte para a disputa majoritária. Eduardo da Fonte, que tem interesse em uma candidatura ao Senado, tenta viabilizar uma estrutura eleitoral que fortaleça seu grupo dentro do partido.
Além disso, a movimentação do PP nacional em direção a Bolsonaro pode influenciar os rumos do governo federal. Integrantes do Palácio do Planalto temem que um desembarque do PP do governo Lula leve outras legendas a adotar a mesma postura, reduzindo a base de apoio do presidente.
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