Pré-candidato ao governo de Pernambuco pelo PSOL afirma que a defesa do presidente não deveria passar por cálculos políticos dos partidos
por Jamildo Melo
Publicado em 22/07/2025, às 13h16 - Atualizado às 13h30
Na esteira da missa do Vaqueiro deste ano, prestigiada pelos caciques políticos, o ex-vereador do Recife Ivan Moraes, pré-candidato ao governo de Pernambuco pelo PSOL, afirmou, em suas redes, que os adversários aliam-se ao governo Lula "mais por conveniência do que por convicção".
Ele defendeu que, neste momento, a defesa do presidente Lula não deveria "passar por cálculos ou reciprocidade".
De acordo com o partido, o comentário do ex-vereador ocorre em num contexto em que informações sobre fim de aliança entre PSB e PT ganharam destaque na imprensa nacional.
Segundo a revista Veja, o partido socialista considera cair fora do governo e da aliança com Lula caso o presidente tente um palanque duplo em Pernambuco.
O pré-candidato a governador do PSOL também criticou a dificuldade de diálogo entre a Prefeitura do Recife e o Governo do estado.
"Raquel Lyra e João Campos estiveram na Missa do Vaqueiro, em Serrita, mas mal se cumprimentaram. A relação entre o Governo de Pernambuco e a Prefeitura do Recife não pode ficar refém de um racha de um mesmo grupo político", afirmou, em informe enviado ao site Jamildo.com.
O ex-vereador disse ainda que a relação entre capital e estado já foi melhor. "Já tivemos bons exemplos de uma relação republicana nas gestões de João Paulo e Jarbas Vasconcelos", citou como exemplo. Em uma crítica ao prefeito João Campos, o deputado estadual João Paulo, hoje aliado de Raquel, usou do mesmo argumento.
De acordo com a Veja, o PSB ameaça romper sua aliança nacional com o PT caso o presidente Lula insista em apoiar duas candidaturas ao governo de Pernambuco em 2026 — a da governadora Raquel Lyra (PSD) e do prefeito do Recife, João Campos (PSB).
Essa possibilidade de palanque duplo foi ventilada nos bastidores e causou desconforto entre lideranças do PSB, que exigem apoio exclusivo a Campos, considerado aliado fiel de Lula no estado.
A pressão aumenta porque o PSB deseja manter espaço no governo federal e fortalecer sua posição regional, mas vê o apoio simultâneo a adversários como sinal de deslealdade política.
A argumentação é que, caso Lula não defina posição clara, a legenda cogita se afastar do PT, colocando em risco parte da sustentação de sua base no Nordeste.
Leia também