Senadores pernambucanos foram unânimes ao rejeitar o projeto que aprova ampliação de 513 para 531 o número de deputados federais a partir de 2027
por Ana Luiza Melo
Publicado em 15/07/2025, às 13h24
Os três senadores de Pernambuco — Fernando Dueire (MDB), Humberto Costa (PT) e Teresa Leitão (PT) — votaram contra o PLP 177/2023, projeto de lei complementar que aumenta o número de deputados federais de 513 para 531.
Apesar da resistência unânime da bancada pernambucana, os demais estados do Nordeste votaram majoritariamente a favor da ampliação. Senadores da Bahia, Maranhão, Ceará, Paraíba, Piauí, Alagoas, Rio Grande do Norte e Sergipe registraram maioria ou unanimidade de votos favoráveis ao projeto.
Com as mudanças aprovadas, 9 Estados deverão ganhar vagas. São eles: Amazonas, Santa Catarina, Pará, Minas Gerais, Ceará, Goiás, Mato Grosso, Maranhão e o Distrito Federal. Essas regiões apresentaram crescimento populacional acima da média nacional segundo os dados do Censo 2022, o que justifica a redistribuição de vagas conforme os novos critérios de proporcionalidade.
O presidente Lula precisa sancionar o PLP 177/2023 para que ele vire lei e as novas cadeiras na Câmara dos Deputados passem a valer nas eleições de 2026, na legislatura de 2027.
Votaram Sim
Alagoas (AL): Dra. Eudócia (PL), Fernando Farias (MDB), Renan Calheiros (MDB)
Bahia (BA): Jaques Wagner (PT), Otto Alencar (PSD) (Angelo Coronel - ausente em atividade política/cultural)
Ceará (CE): Augusta Brito (PT), Cid Gomes (PSB) *(Eduardo Girão - NÃO)*
Maranhão (MA): Ana Paula Lobato (PDT), Eliziane Gama (PSD), Weverton (PDT)
Paraíba (PB): Daniella Ribeiro (PP), Efraim Filho (União), Veneziano Vital do Rêgo (MDB)
Piauí (PI): Ciro Nogueira (PP), Jussara Lima (PSD), Marcelo Castro (MDB)
Rio Grande do Norte (RN): Rogério Marinho (PL), Styvenson Valentim (PSDB) *(Zenaide Maia - NÃO)*
Sergipe (SE): Alessandro Vieira (MDB), Laércio Oliveira (PP), Rogério Carvalho (PT)
Votaram Não — Pernambuco foi o único com voto unânime contrário:
Fernando Dueire (MDB)
Humberto Costa (PT)
Teresa Leitão (PT)
Nesta segunda-feira (14), o jornalista Jamildo Melo repercutiu, em seu quadro na CBN Recife, os impactos do PLP 177/2023, especificamente em relação ao custo da máquina pública.
Segundo Jamildo, cada deputado ou senador custa mais de R$ 3 milhões por ano ao erário, mais do triplo do que um congressista dos EUA e também acima do custo em países como Alemanha, França e Reino Unido.
Entenda os componentes do custo por deputado:
Salário bruto mensal: R$ 46 mil
Cota parlamentar mensal: R$ 45 mil
Verba de gabinete mensal: R$ 125 mil
Auxílio‑moradia mensal: R$ 4 mil (aproximadamente)
Custo direto mensal (sem encargos): em torno de R$ 273 mil
Além disso, há aposentadorias, pensões, encargos trabalhistas e infraestrutura administrativa, elevando ainda mais os custos.
O orçamento total previsto para o Congresso Nacional em 2025 é de R$ 15 bilhões. O Brasil, de acordo com a União Interparlamentar, teve o segundo Congresso mais caro do mundo em 2023.
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