Proposta tramita na Câmara e estabelece medidas de prevenção, qualificação profissional e ampliação de acesso a direitos reprodutivos para gestantes
por Plantão Jamildo.com
Publicado em 25/10/2025, às 10h12
PL foi apresentado em evento na Faculdade de Direito do Recife.
Texto prevê ações preventivas e formação profissional em saúde.
Dados da Fiocruz apontam que 92% dos óbitos são evitáveis.
Projeto destaca desigualdades regionais e raciais no país.
A deputada federal Maria Arraes (Solidariedade) apresentou, na última quinta-feira (23), na Faculdade de Direito do Recife, o Projeto de Lei nº 2112/2024, que trata de ações para redução da mortalidade materna no país. A proposta está em tramitação na Câmara dos Deputados e a parlamentar afirmou que pretende pautá-la para votação ainda este ano.
O texto prevê medidas de prevenção e formação continuada de profissionais de saúde com foco em parto humanizado, além de ampliar o acesso à informação sobre direitos reprodutivos, planejamento familiar e acompanhamento psicológico durante a gestação. Também inclui diretrizes para ampliação do acesso à contracepção e aos procedimentos de laqueadura.
Ao defender o projeto, Maria Arraes citou dados recentes da Fiocruz sobre o cenário brasileiro. “São óbitos que, em sua maioria, são preveníveis."
"Segundo dados da Fiocruz, 92% poderiam ser evitados se essas mulheres tivessem acesso à prevenção, ao diagnóstico e ao manejo adequado de complicações comuns na gravidez. O Brasil ainda apresenta índices elevados de mortalidade materna: em 2024, os números preliminares indicam 50,57 óbitos para cada 100 mil nascidos vivos”, continuou.
A deputada participou de uma mesa do Nexo Governamental XI de Agosto, iniciativa voltada ao diálogo entre representantes dos Três Poderes e estudantes universitários, e destacou a desigualdade entre regiões e grupos sociais.
“No Norte, a taxa chega a 823 mortes por 100 mil habitantes, enquanto no Sul são apenas 40. Outro ponto que merece destaque é o número de mulheres negras afetadas, a mortalidade entre elas é o dobro da média nacional. Por isso, este projeto é fundamental para que possamos reverter essas situações”, disse.