Francisco Ferreira Alexandre assume comando da Sudene após desgaste de Danilo Cabral

Francisco Ferreira Alexandre foi nomeado na sexta-feira (15) como superintendente da Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (Sudene). O engenheiro pernambucano assume o cargo no lugar do ex-deputado federal Danilo Cabral (PSB), que foi exonerado no início de agosto após pressão política devido as obras da Transnordestina. Queda de braço foi divulgada em primeira mão pelo site Jamildo.com.

Com sede no Recife e vinculada ao Ministério da Integração e Desenvolvimento Regional, a nomeação foi assinada pelo ministro da Casa Civil, Rui Costa, e publicada no Diário Oficial da União e com posse marcada para segunda-feira (18). O senador Humberto Costa fez a indicação de Francisco Alexandre, assim como a de Danilo Cabral.

Natural de Bom Conselho, no Agreste de Pernambuco, Francisco é formado em engenharia e direito e terá a missão de conduzir a autarquia em um momento de debates sobre investimentos estratégicos e fortalecimento de políticas públicas na região. O novo gestor chega no meio da polêmica sobre a interminável ferrovia Transnordestina, alvo da disputa silenciosa entre os estados de Pernambuco e Ceará.

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A pressão que derrubou Danilo Cabral seria uma insistência do então superintendente para a retomada da obra no trecho entre Porto de Suape, no Grande Recife, e Salgueiro, no Sertão.

Em abril, a Sudene promoveu um evento para debater a execução da obra no estado e analisar alternativas para os impasses atuais, entre eles a necessidade de desapropriações.

O governo federal havia anunciado que a obra, com orçamento de R$ 3,5 bilhões, seria retomada no segundo semestre deste ano. Lideranças políticas do Ceará, como o governador Elmano de Freitas (PT), criticaram a gestão de Danilo Cabral à frente da Sudene e, segundo relatos, teriam discutido a substituição do ex-deputado pernambucano com o ministro da Casa Civil, Rui Costa.

O papel da Sudene

A Sudene tem como missão promover o desenvolvimento sustentável por meio do planejamento regional, do estímulo ao setor produtivo, do apoio à inovação e da integração com agentes públicos e privados.

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Entre as atribuições da instituição estão a formulação de planos e diretrizes, além do apoio, em caráter complementar, a investimentos em infraestrutura econômica e social, capacitação de recursos humanos, inovação tecnológica e políticas sociais e culturais. A autarquia também atua na proteção ambiental do semiárido, adotando políticas diferenciadas para essa sub-região.

Para apoiar suas iniciativas, a Sudene dispõe de instrumentos financeiros relevantes. O Fundo de Desenvolvimento do Nordeste (FDNE) pode financiar até 80% do investimento total de grandes projetos de infraestrutura na região. Já o Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste (FNE), planejado pela autarquia em conjunto com o Banco do Nordeste (BNB), tem seu orçamento e prioridades definidos pelo Conselho Deliberativo da Sudene.

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Além disso, a instituição administra incentivos fiscais como isenção e redução de Imposto de Renda de Pessoa Jurídica (IRPJ) para empreendimentos instalados em sua área de atuação. Os mecanismos incluem redução de 75% do IRPJ para novos projetos, reinvestimento do imposto em empreendimentos e programas específicos, como o de Inclusão Digital.