Exclusivo: em primeira entrevista pós-prisão, Gilson Machado revela bastidores, fala sobre Senado e relação com Jair Bolsonaro

Em entrevista para o PodJá, do jornalista Jamildo Melo, Gilson Machado explicou o processo de prisão e compartilhou suas expectativas para 2026

Clara Nilo

por Clara Nilo

Publicado em 04/07/2025, às 10h12 - Atualizado às 11h53

A entrevista vai ao ar neste sábado (4) - Jamildo.com
A entrevista vai ao ar neste sábado (4) - Jamildo.com

Em entrevista ao PodJá, podcast do Jamildo.com, que vai ao ar neste sábado (5), às 14h, o ex-ministro do Turismo, Gilson Machado, discorreu sobre os bastdiores da sua prisão, detalhou quais os planos para a sua candidatura ao Senado Federal e explicou como se encontra a sua relação com o ex-presidente e réu do Supremo Tribunal Federal (STF), Jair Messias Bolsonaro. 

Após ter sido preso, em 13 de junho, Machado foi entrevistado pela primeira vez, pelo jornalista Jamildo Melo, e explicou como a abordagem da Polícia Federal e os fatos que se seguiram afetaram sua família.

"A minha família sofreu muito, meu pai tem 85 anos e na cabeça dele foi ele [o motivo da prisão], porque fui no Consulado pedir um passaporte para ele. Quando ele soube, foi até socorrido. Essa tristeza dentro de mim ninguém tira", contou. 

Apesar do transtorno, Gilson Machado garantiu que, ao ser colocado na cela de número quatro, no Cotel, sentiu a presença de Deus e se sentiu em paz. "Eu vi como é a vida do preso e vi que grande parte deles está recuperada por causa de Deus, é impressionante. [...] Tem gente que diz que 'bandido bom é bandido morto', eu vou além, acho que bandido bom é bandido recuperado e temende a Deus", disse.

Ao ser indagado sobre sua possível candidatura ao Senado, o ex-ministro explicou que a decisão não cabe apenas a ele, mas sim ao Partido Liberal e, especificamente, ao ex-presidente Bolsonaro. Mas ele garantiu que sim, será candidato em 2026.

"Tenho certeza que, no próximo ano, dois candidatos serão eleitos, um da esquerda e um do bolsonarismo. O do bolsonarismo está aqui, é Gilson Machado", afirmou ele. Sobre a possibilidade de Anderson Ferreira, ex-prefeito de Jaboatão dos Guararapes, também se elegeu, Machado não se opôs. 

"É legítimo ele se candidatar, não tem motivo para ter briga, são duas vagas ao Senado. O presidente Bolsonaro tem um acordo com Valdemar Costa Neto, presidente do partido, [afirmando] que quem indicará os candidatos do Senado será ele mesmo. Aqui, ele já indicou que sou eu, já deixou muito claro em diversas entrevistas", explicou.

Ainda sobre a relação com o ex-presidente do Brasil, o entrevistado afirmou que os comentários publicados online que afirmavam que o ex-chefe do executivo teria "abandonado" Gilson a partir do momento que ele foi preso, seriam infundados. 

"Está em segredo de justiça [o processo] e eu não estou podendo me comunicar com o presidente Bolsonaro. Mas toda a família dele foi solidária comigo, os filhos dele postaram na internet [sobre a prisão]. Dizer que fui abandonado é canalhice", afirmou. 

"Vou até abrir aspas e citar o que Silas Malafaia falou na [Avenida] Paulista: 'temos uma direita prostituta e vagabunda, que se vende. Temos na direita, também, pessoas sérias. Mas a grande maioria é um bando de vendilhão vagabundo, que se elege com Bolsonaro e depois vira as costas. E quando estão chegando perto da eleição, querem colar de novo em Bolsonaro porque o bolsonarismo, sim, é a usina de votos'", concluiu ele.