Gilson Machado foi impedido de participar da apresentação da banda Brucelose no São João de Caruaru. Pai e filho lamentaram questão
por Cynara Maíra
Publicado em 25/06/2025, às 11h21 - Atualizado às 13h00
A apresentação da banda Brucelose no Alto do Moura, em Caruaru, na tarde da terça-feira (24), foi marcada pela ausência o ex-ministro do Turismo e sanfoneiro Gilson Machado Neto (PL), que não participou do show.
A falta do político ocorreu mesmo após sua soltura pela Polícia Federal no caso envolvendo o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro (PL), Mauro Cid. Gilson não poderia ir para Caruaru por estar impedido de deixar a comarca do Recife por determinação do Supremo Tribunal Federal (STF).
Gilson Machado, que tem laços pessoais e musicais com a festa junina de Caruaru, era esperado como uma das atrações do grupo, com o qual se apresenta há mais de três décadas.
A expectativa de aliados e fãs de que o sanfoneiro pudesse subir ao palco acabou frustrada. Durante o show, o apresentador da banda chegou a enviar uma saudação ao ex-ministro, mas nenhuma outra menção oficial foi feita no palco.
Nas redes sociais, Gilson lamentou a impossibilidade de acompanhar os festejos. “Nunca pensei que fosse impedido de viajar o Brasil para fazer o que mais gosto. Estou triste, minha família está triste e os milhões de forrozeiros que vão aos shows também. Deus abençoe o Brasil. Não há mal que dure para sempre”, escreveu, na véspera do evento.
A declaração ganhou ainda mais repercussão após a publicação do filho, o vereador do Recife Gilson Machado Filho, que classificou a decisão do STF como “medida completamente equivocada”.
Gilson Filho afirmou que este foi “o pior São João” de sua vida. “Hoje a banda Brucelose toca no Alto do Moura, mas sem sua maior essência. Infelizmente, neste São João, você está preso dentro de Recife por uma injustiça absurda”, escreveu o parlamentar, em apoio ao pai.
Veterinário, empresário e músico, Gilson Machado tem 57 anos e é uma figura conhecida no meio artístico e político do Nordeste. Tocando sanfona na banda Brucelose, ajudou a projetar o grupo nos festejos juninos da região.
No governo de Jair Bolsonaro, ocupou a presidência da Embratur e, posteriormente, o Ministério do Turismo, cargo que o aproximou do núcleo bolsonarista.
A operação da Polícia Federal que levou à sua prisão apura se o ex-ministro tentou ajudar Mauro Cid a obter ilegalmente um passaporte português. Em depoimento, Gilson negou qualquer tentativa de favorecimento e afirmou que o pedido era para emissão de um documento para seu próprio pai.
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