Dudu da Fonte pode turbinar campanha ao Senado com saída de bolsonaristas do PL

Gilson Machado, o filho vereador e o deputado Alberto Feitosa preparam saída do PL e chegada no PP, onde apoiariam Dudu da Fonte para senador em 2026

Jamildo Melo

por Jamildo Melo

Publicado em 04/03/2025, às 11h47 - Atualizado às 12h37

O filho de Gilson Machado foi apontado como suposta razão de mal estar dentro do PL de Pernambuco - Foto: Yan Lucca / Jamildo.com
O filho de Gilson Machado foi apontado como suposta razão de mal estar dentro do PL de Pernambuco - Foto: Yan Lucca / Jamildo.com

O deputado federal Eduardo da Fonte, presidente do PP em Pernambuco, nunca escondeu sua pretensão de sair candidato ao Senado pelo Estado. Com o filho Lula da Fonte com assento na mesa da Câmara dos Deputados, as tratativas parecem ter tomado folego novo.

No plano local, depois da criação de um bloco independente na Assembleia Legislativa do Estado, desgarrando-se do governo Raquel Lyra e estreitando laços com o PL bolsonarista, a estratégia pode estar se consolidando com novos lances.

De acordo com correligionários, o ex-ministro Gilson Machado Neto, o vereador Gilson Machado Filho e o deputado estadual Alberto Feitosa podem migrar para o PP de Eduardo da Fonte, de olho em 2026.

Nesta nova aliança de interesses eleitorais, depois de Gilson Machado apoiar Dudu para senador, em troca, Gilson Machado e Alberto Feitosa saem federal com as bençãos do PP e Gilson Filho sai para estadual, em dobradinha com Feitosa e o pai.

O movimento também ocorre porque nem João Campos nem Raquel Lyra até aqui demonstraram interesse em abrir espaço para as pretensões eleitorais de Dudu da Fonte no Senado. Haverá duas vagas para Senador na chapa em 2026.

Fundo partidário

Outra vantagem para o grupo do PL seria garantir ainda o fundo partidário necessário para uma boa figuração no próximo pleito. No ano passado, na campanha do Recife, o racha ficou explícito com a briga pelo fundo eleitoral. O presidente nacional do PL, Waldemar da Costa Neto, chegou a afirmar que Gilson Machado não tinha chance de vencer João Campos e não iria mais mandar dinheiro para ser desperdiçado.

Desde então, e mesmo antes, Anderson Ferreira é alvo das flechadas.

"A saída destes três nomes de peso do PL Pernambuco decreta um afundamento do grupo dos Ferreira no Estado e marca com negatividade a gestão de Anderson à frente do grupo", afirmam aliados no PL.

"Eles estão incomodados com a postura de um membro que deveria andar em concordância e respeito à figura de Bolsonaro, mas que tem feito absolutamente tudo para se manter nos holofotes da política Pernambucana, mesmo sendo ignorado pelo eleitorado conservador".

"A “liderança” de Anderson vem fragilizada desde a eleição de 2022, onde protagonizou situações de confronto com membros do partido, gerando mal estar até mesmo com o presidente Bolsonaro".

Os dissidentes do PL destacam ainda que o PP também se tornou o partido de outras figuras tradicionais do conservadorismo, como os “Tércio”.

"Eles foram os primeiros que já deixaram claro a insatisfação e incompatibilidade com o modo exibicionista de fazer política dos irmãos Ferreira".

No cenário nacional, Guilherme Derrite, secretário de Segurança Pública de São Paulo, também já abriu caminho para estadia na nova sigla, comandada por Cyro Nogueira (PP), nome também muito reconhecido no meio conservador e que se mostra de portas abertas para os nomes da direita, informam ao site Jamildo.com.