Eleições 2024: divisão do Fundo Eleitoral causa treta no PL de Pernambuco

Candidato à vereança no Recife, Paulo Abou Hana denuncia supostos privilégios na divisão do Fundo Eleitoral e expõe "amigos do rei" no PL-PE

Yan Lucca

por Yan Lucca

Publicado em 14/09/2024, às 07h57

Paulo Abou Hana é filho do saudoso apresentador Samir Abou Hana - Foto: Reprodução / Redes Socias
Paulo Abou Hana é filho do saudoso apresentador Samir Abou Hana - Foto: Reprodução / Redes Socias

Às vésperas do primeiro turno das eleições, um vídeo publicado nas redes sociais do candidato a vereador no Recife Paulo Abou Hana, viralizou na noite desta sexta-feira (13), após o conservador expor sua indignação com a divisão do Fundo Eleitoral entre os candidatos do partido.

Paulo compilou os nomes e os valores e reclamou que até então alguns candidatos do partido não receberam nenhum valor da executiva nacional.

Antes de entrar nos miúdos da questão, o candidato chegou a chamar alguns poucos vereadores que receberam valores entre 100 mil a 1,1 milhão de "amigos do rei" - possível referência à Anderson Ferreira, presidente do PL-PE, que supostamente privilegiou alguns candidatos.

No vídeo "denúncia" do candidato, Abou Hana chega a citar até mesmo o vereador Paulo Muniz, que recebeu 100 mil para o financiamento de sua candidatura, mesmo tendo "mudado de lado" recentemente, quando deixou de ser aliado de João Campos.

Conforme a relação do próprio Paulo Abou Hana, o principal "amigo do rei" é o vereador Fred Ferreira, parente do presidente do PL-PE, que recebeu 1,1 milhão. "É muito dinheiro para fazer uma campanha de vereador, né? Recebeu da executiva nacional... Da para comprar 22 carros populares de 50 mil [reais]", disse Paulo Abou Hana no vídeo.

Em seguida, o nome que aparece no vídeo é o de Netinho Eurico, filho do pastor Eurico, que recebeu 500 mil reais. Em seguida é citado:

  • Alcides Cardoso: R$ 400 mil;
  • Rodrigo Gomes (filho de Romildo Gomes, ex-vereador): R$ 170 mil;
  • Paulo Muniz: R$ 100 mil;
  • Nilson Pereira: R$ 170 mil;
  • Igor Alves: R$ 30 mil;
  • Jorge Parafina: R$ 3o mil.

Logo em seguida, o candidato cita a relação de mulheres candidatas pelo partido. O Fundo Partidário inicialmente deve dar prioridade a candidaturas femininas, consoante a decisão do STF que assegura a alocação de mais recursos para estas candidaturas.

Abou Hana aproveitou para dizer que os valores recebidos pelas mulheres do PL são "insignificantes" em comparação aos recebidos pelos nomes mencionados.

Todos esses dados são auditáveis.

Alguns com mais e outros com nada

De acordo com a resolução 006/24 do Partido Liberal, que trata da distribuição dos recursos do Fundo Especial de Financiamento de Campanha (FEFC) para as eleições, conforme a legislação eleitoral em vigor, o dirigente do partido tem o poder discricionário - livre de restrições - de decidir o valor destinado a cada campanha.

"Nada disso é ilegal. Esse dinheiro é público... É para financiamento público de campanha. É legal, mas é moral?", questiona o candidato. Veja o vídeo:

Em 14 de agosto, este site já havia noticiado que o maracatu estava mal ensaiado no PL para o lado do candidato à Prefeitura do Recife, Gilson Machado, a partir de informações de correligionários.

Gilson foi até Brasília para falar diretamente com o ex-presidente Jair Bolsonaro e caso não recebesse o combinado poderia até renunciar na disputa.

No final da noite daquele dia, em vídeo, de Brasília, Gilson afirmou que não iria desistir, por receber a missão do "capitão Bolsonaro". Segundo ele, haveria muita gente interessada na sua desistência. Não citou nomes e não comentou nada sobre o fundo partidário.

@blogdojamildo