Enquanto governistas defenderam o avanço das obras do governo Raquel Lyra, oposição afirma que governadora acumula desapropriações
por Cynara Maíra
Publicado em 25/09/2025, às 08h59 - Atualizado às 09h51
O anúncio da governadora Raquel Lyra (PSD) na quarta-feira (24) sobre a desapropriação do prédio da Neoenergia, localizado no bairro da Soledade, gerou repercussão entre os deputados da Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe).
De lados distintos, oposição e governistas se posicionaram no plenário sobre o ato divulgado no Diário Oficial de quarta.
Enquanto os deputados de oposição afirmam que Raquel Lyra acumula desapropriações sem projetos concretos, a líder do governo na Alepe, deputada Socorro Pimentel (União Brasil) explicou que a sede da Neoenergia será a nova sede da Secretaria de Educação, que até o momento fica na Várzea.
O deputado Rodrigo Farias (PSB) classificou a desapropriação como um “absurdo” e questionou o fato de a medida ter sido publicada um dia após a governadora renovar o contrato de concessão com a Neoenergia até 2060.
“A governadora Raquel Lyra não pode ficar brincando de banco imobiliário com o dinheiro do povo”, afirmou Farias. O parlamentar relembrou a desapropriação do Colégio Americano Batista, que, segundo ele, até o momento segue abandonado.
A crítica sobre um acúmulo de imóveis já tinha ocorrido por parte da oposição. No início de setembro, o deputado Sileno Guedes (PSB) afirmou que o Governo de Pernambuco "está mais para uma imobiliária do que para um Poder Executivo". Na ocasião, Guedes citou a compra do antigo colégio por R$ 80 milhões e a do centro de logística dos Correios por R$ 99 milhões.
Em resposta, a líder do governo, Socorro Pimentel afirmou que o prédio da Neoenergia será a nova sede administrativa da Secretaria de Educação. Sobre o Colégio Americano Batista, a deputada disse que o projeto prevê a construção de uma escola técnica com a área verde preservada.
“É lamentável ver a oposição distorcer fatos e criar narrativas que não correspondem à realidade”, afirmou Pimentel.
Em nota, a Neoenergia informou que a aquisição do prédio pelo estado "resultou de uma discussão prévia e interesse comum das duas entidades" e que o local será desocupado em até 90 dias.
A ordem de desapropriação, que declara o edifício como imóvel de utilidade pública, foi publicada um dia depois de Raquel Lyra assinar a renovação da concessão dos serviços de distribuição elétrica à Neoenergia em cerimônia em Brasília.