Datafolha: Aprovação do governo Lula permanece estável em 32% e reprovação é de 37%

Datafolha mostra manutenção dos índices de aprovação e reprovação ao governo Lula, após semanas marcadas por tensão política e disputas no Congresso

Plantão Jamildo.com

por Plantão Jamildo.com

Publicado em 06/12/2025, às 12h23 - Atualizado às 12h24

Presidente Lula
Presidente Lula - Ricardo Stuckert/PR

Datafolha registra estabilidade na avaliação do governo, com 32% de ótimo/bom e 37% de ruim/péssimo.

Evento político intenso da última rodada perdeu força, como disputa com Trump e impacto da prisão de Bolsonaro.

Governo enfrenta derrotas no Congresso e anuncia isenção de IR para renda até R$ 5 mil.

Aprovação ao trabalho pessoal de Lula segue em 49%, com padrões mantidos entre perfis regionais e socioeconômicos.

A nova pesquisa Datafolha mostrou que a recuperação observada na aprovação do governo Lula (PT) entre as últimas duas rodadas não avançou. No levantamento realizado de terça (2) a quinta (4), 32% consideraram a gestão boa ou ótima, enquanto 37% a avaliaram como ruim ou péssima e 30% classificaram como regular. Em setembro, os índices estavam em 33%, 38% e 28%, respectivamente, dentro da margem de erro de dois pontos percentuais.

No início daquele mês, o governo havia comemorado a primeira alta após meses de oscilações, com avanço de quatro pontos no ótimo/bom em comparação a julho. O contexto, contudo, era marcado por eventos que ampliavam a polarização política. Jair Bolsonaro (PL), principal adversário, já cumpria prisão domiciliar e seria condenado pelo Supremo Tribunal Federal dois dias após o fim da coleta da pesquisa anterior.

Também ganhava destaque a disputa pública entre Lula e Donald Trump, que usou críticas ao presidente brasileiro para justificar sobretaxas a produtos nacionais. À época, a exibição de uma bandeira dos Estados Unidos no desfile de 7 de setembro, na avenida Paulista, tensionou ainda mais o debate.

A partir de então, parte desse cenário se dissipou. No fim de outubro, Lula se encontrou com Trump na Malásia, em movimento de reaproximação que resultou na revisão de tarifas comerciais. Já Bolsonaro foi preso em operação da Polícia Federal em 22 de novembro por violar a tornozeleira eletrônica e teve o trânsito em julgado da condenação a 27 anos e três meses decretado três dias depois. A prisão intensificou disputas internas no seu grupo político, com o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) afirmando que o pai o havia indicado como sucessor.

Lula em discurso na refinaria Abreu e Lima

Enquanto isso, Lula lidou com derrotas no Congresso, especialmente no Senado. A crise foi ampliada após a nomeação ao STF de Jorge Messias, da Advocacia-Geral da União, contrariando a expectativa do presidente da Casa Alta, Davi Alcolumbre (União Brasil), que desejava que a vaga ficasse com o ex-presidente da Casa, Rodrigo Pacheco (PSD)[.

No período, apesar dos conflitos, o governo emplacou uma vitória: a isenção de Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil, medida anunciada em cadeia nacional no domingo (30).

Entre trabalhadores com renda de 2 a 5 salários mínimos, faixa impactada pela mudança tributária, a aprovação ao governo subiu quatro pontos em relação à rodada anterior, variação situada dentro da margem de erro do segmento.

Quando perguntados sobre o desempenho pessoal de Lula, os entrevistados mantiveram o padrão observado em setembro: 49% afirmam aprovar sua atuação, ante 48% na pesquisa anterior, e 48% a desaprovam — índice idêntico ao registrado na rodada anterior.

A pesquisa também mostrou que a avaliação do governo continua acompanhando o perfil eleitoral. Consideram a gestão ótima ou boa acima da média nacional pessoas com 60 anos ou mais (40%), eleitores com menor escolaridade (44%), nordestinos (43%) e católicos (40%). Já a reprovação é maior entre quem tem ensino superior (46%), renda de cinco a dez salários mínimos (53%), moradores do Sul (45%) e evangélicos (49%).