Bolsonaro é investigado por suposta fake news sobre o presidente Lula

Em aplicativo de mensagens, o ex-presidente teria vinculado Lula ao regime do ex-ditador da Síria, Bashar al-Assad

Clara Nilo

por Clara Nilo

Publicado em 11/08/2025, às 12h10 - Atualizado às 12h26

Bolsonaro se encontrará com políticos da direita de todo país - Foto 1: Ricardo Stuckert | Foto 2: Marcelo Camargo / Agência Brasil
Bolsonaro se encontrará com políticos da direita de todo país - Foto 1: Ricardo Stuckert | Foto 2: Marcelo Camargo / Agência Brasil

A Polícia Federal instaurou um inquérito para apurar se o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) cometeu crime contra a honra do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao publicar, em um aplicativo de mensagens, uma imagem que vincularia o chefe do Executivo brasileiro ao regime de Bashar al-Assad, ex-ditador da Síria, associando-o a execuções de pessoas LGBT+.

O pedido de investigação foi encaminhado à PF em 7 de julho pelo ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, a partir de uma denúncia. Pela legislação, cabe ao ministro solicitar a abertura de inquérito quando há indícios de crime contra a honra do presidente da República.

De acordo com o documento apurado pelo G1 , a postagem de Bolsonaro faz referência a Assad, que deixou o poder em dezembro de 2024, após quase 25 anos governando a Síria, durante uma ofensiva rebelde que iniciou um período de transição no país.

A investigação busca esclarecer se a publicação configura difamação, injúria ou calúnia contra o presidente Lula. O inquérito se encontra na Polícia Civil, que irá dar continuidade à investigação. 

Bolsonaro em prisão domiciliar 

Desde o dia 4 de agosto, Jair Bolsonaro está recluso em sua residência por determinação do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes.

Moraes decretou a prisão após capitais brasileiras receberem manifestações a favor de Bolsonaro.  eletrônica. 

"A participação dissimulada de Jair Messias Bolsonaro, preparando material pré fabricado para divulgação nas manifestações e redes sociais, demonstrou claramente que manteve a conduta ilícita de tentar coagir o Supremo Tribunal Federal e obstruir a Justiça, em flagrante desrespeito as medidas cautelares anteriormente impostas", escreveu o ministro no documento da decisão. 

Desde então, o ex-presidente está usando tornozeleira eletrônica; está proibido de receber visitas, exceto familiares e advogados; e teve todos os aparelhos celulares recolhidos do local.