A audiência reuniu vereadores, entidades e moradores para debater remoções e alternativas de reassentamento em Jardim Uchôa e Ximboré pelo ProMorar
por Clara Nilo
Publicado em 25/09/2025, às 11h31 - Atualizado às 12h27
A Câmara do Recife realizou uma audiência pública para discutir os impactos do ProMorar em comunidades da bacia do rio Tejipió, onde será implantado um parque alagável. O projeto prevê o reassentamento de famílias de Jardim Uchôa e Ximboré.
O encontro foi proposto por entidades locais, como a FASE Pernambuco, o Centro Dom Helder Câmara de Estudos e Ação Social (Cendhec), o Instituto Transformar e o Fórum Popular do Rio Tejipió, além da Comissão de Moradores de Jardim Uchôa.
O representante das entidades autoras da proposta, André Araripe, explicou que o anúncio da construção do parque gerou um clima de insegurança nas comunidades e dúvidas sobre as alternativas para as famílias a serem removidas. Ele ainda ressaltou que as famílias avaliam os conjuntos habitacionais, construídos pela Prefeitura do Recife, de forma negativa.
Entre as críticas apresentadas estão a distância em relação a escolas e locais de trabalho, problemas construtivos e dificuldades de saneamento. Também foi citado o formato em “H” dos blocos, que criariam "corredores insalubres e pouco ventilados".
As organizações apresentaram uma proposta alternativa, que prevê residenciais menores, integrados ao bairro e com blocos em formato de “L”, além de terrenos próximos às comunidades, como a área hoje ocupada pela Empresa Metropolitana de transporte coletivo.
Segundo o chefe de gabinete do ProMorar, João Charamba, moradores que não aceitarem a mudança para habitacionais terão direito a indenização mínima de R$ 85 mil (50% do valor de uma unidade habitacional).
Charamba ressaltou que o programa busca beneficiar as 545 comunidades de interesse social do Recife. “Nós temos que reassentar dentro do território. Se o BID entende que a gente vai retirar uma quantidade imensa de pessoas, ele já trava a [intervenção na] comunidade. E o programa diz que a gente tem que reassentar em um raio de 1,5 km do território onde estamos atuando”, explicou.
Leia também