Após atritos com Anderson, Gilson Machado admite possibilidade de mudar de partido "palavra final é de Bolsonaro"

Em fala ao site, Gilson Machado falou que cogita disputar Senado em outro partido, mas espera o aval de Bolsonaro. PP de Eduardo da Fonte é possibilidade

Cynara Maíra

por Cynara Maíra

Publicado em 17/11/2025, às 11h08

Gilson Machado e Bolsonaro se abraçam
Gilson Machado fala que decisão depende de Bolsonaro

Gilson Machado (PL) admitiu ao Jamildo.com que pode deixar o PL para disputar o Senado em 2026 se "não encontrar ambiente" no partido.

O ex-ministro afirmou que a "palavra final é de Bolsonaro", mas que o ex-presidente já o autorizou quatro vezes a buscar "qualquer partido".

Questionado sobre o PP de Eduardo da Fonte, Gilson chamou o deputado de "grande amigo", mas reforçou que a decisão cabe a Bolsonaro.

O atrito interno no PL se dá pela disputa da mesma vaga ao Senado com o presidente estadual do partido, Anderson Ferreira.

Gilson Machado está impedido de sair do Recife por medidas cautelares do STF, o que, segundo ele, dificulta a articulação política no momento.

O ex-ministro do Turismo, Gilson Machado (PL), admitiu em conversa exclusiva com o Jamildo.com nesta segunda-feira (17) que avalia a possibilidade de deixar o PL para disputar o Senado em 2026. A mudança ocorreria caso ele "não encontre ambiente" na sigla.

Apesar de falar sobre a possibilidade, o ex-ministro afirmou que qualquer decisão está condicionada à "palavra final" do ex-presidente Jair Bolsonaro.

O atrito interno no PL ocorre porque tanto Gilson Machado quanto o presidente estadual do partido, Anderson Ferreira, almejam a vaga majoritária da legenda para o Senado. Gilson conta com o apoio de Bolsonaro para a vaga, enquanto Anderson tem o respaldo do presidente nacional do PL, Valdemar da Costa Neto.

Na conversa, Gilson Machado afirmou que aguarda uma oportunidade para falar com Bolsonaro, que atualmente está preso. O ex-ministro garantiu, no entanto, que o ex-presidente já falou sobre a possibilidade de troca partidária em outras ocasiões.

"Ele [Bolsonaro] já me disse em momentos anteriores, que caso eu não encontre ambiente dentro do meu partido ele me apoiaria em qualquer partido que eu fosse para ser o senador de Pernambuco", afirmou Gilson Machado. Segundo ele, Bolsonaro "já verbalizou isso por quatro vezes" na mídia local.

PP de Eduardo da Fonte é possibilidade

Questionado sobre a possibilidade de migrar para o PP, partido presidido no estado pelo deputado Eduardo da Fonte, Gilson Machado elogiou o parlamentar, mas manteve a cautela. "Dudu é um grande amigo de infância. Gosto dele e de seu filho. Mas repito, a última palavra é do presidente Bolsonaro".

Proibido de sair da comarca do Recife, Gilson Machado também falou que as medidas cautelares prejudicam sua pré-candidatura ao Senado. "Eu não estou podendo sair de Recife, não estou podendo andar o meu estado", lamentou.

"Graças a Deus eu tenho muitas pessoas, que sabem da minha situação, estão levando meu nome para todas as regiões, e o que é melhor tudo isso orgânico. Pois nada melhor do que um senador que sofreu na pele uma injustiça, para lutar que ela nunca mais aconteça com outras pessoas independente de ideologia política", comentou o político.