Morre no Recife, aos 85 anos, o escritor e ex-ministro Marcos Vilaça; Raquel Lyra lamenta

Escritor, ex-ministro do TCU e ex-presidente da ABL, Marcos Vilaça faleceu neste sábado (29), aos 85 anos

Cynara Maíra

por Cynara Maíra

Publicado em 29/03/2025, às 13h01

Marcos Vilaça faleceu aos 85 anos - Lucia Ourique/Ministério da Cultura
Marcos Vilaça faleceu aos 85 anos - Lucia Ourique/Ministério da Cultura

O advogado, jornalista, poeta e ex-ministro do Tribunal de Contas da União (TCU) Marcos Vinicios Rodrigues Vilaça morreu na manhã deste sábado (29), no Recife, aos 85 anos.

Segundo informe da Academia Brasileira de Letras (ABL), Marcos faleceu na Clínica Florença, localizada no Bairro das Graças, após falência múltipla dos órgãos.

O corpo será cremado na capital pernambucana, e as cinzas lançadas na Praia de Boa Viagem, mesmo destino dado às cinzas da esposa, Maria do Carmo.

Pernambucano prestigiado, após o anúncio do falecimento, diversas figuras políticas falaram sobre a morte.

A governadora de Pernambuco, Raquel Lyra (PSD), lançou uma nota de pesar lamentando a perda do escritor:

“Pernambuco amanheceu triste neste sábado (29) com a notícia do falecimento de Marcos Vilaça, escritor e intelectual pernambucano que engrandeceu o nome do nosso Estado como imortal e ex-presidente da Academia Brasileira de Letras. A todos os seus amigos e familiares, o meu mais fraterno abraço. O legado literário de Marcos Vilaça seguirá permanente em Pernambuco e no Brasil.”

Natural de Nazaré da Mata, na Zona da Mata de Pernambuco, Vilaça ocupava a cadeira 26 da ABL desde 1985 e presidiu a instituição nos biênios 2006-2007 e 2010-2011.

Trajetória

Formado em Ciências Jurídicas e Sociais pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), onde também cursou o mestrado, Vilaça iniciou sua carreira acadêmica como professor de Direito Internacional Público na Universidade Católica de Pernambuco (Unicap).

Na década de 1960, ocupou cargos no governo estadual e foi membro da Aliança Renovadora Nacional (Arena), partido de sustentação da ditadura militar, migrando posteriormente para o Partido Democrático Social (PDS).

Após a saída do PDS, foi um dos fundadores do Partido da Frente Liberal (PFL), anterior DEM e atual União Brasil.

Em 1988, foi indicado pelo então presidente José Sarney para o Tribunal de Contas da União (TCU), local em que permaneceu por mais de 20 anos, chegando à presidência do órgão.

Vilaça também atuou em conselhos culturais e presidiu instituições como a Fundação Nacional de Artes (Funarte) e a Fundação Pró-Memória.

Produção literária

Marcos Vilaça produziu diversas obras como:

  • Conceito de Verdade (1958)
  • A Escola e o Limoeiro (1958)
  • Em torno da Sociologia do Caminhão (1961)
  • Nordeste: Secos & Molhados (1972),
  • Recife Azul, líquido do céu (1972)
  • O tempo e o sonho (1984)
  • Por uma Política Nacional de Cultura – Ministério da Educação e Cultura (1984).
  • Coronel, coronéis: Apogeu e declínio do coronelismo no Nordeste(1965), em parceria com Roberto Cavalcanti.