Com fala de Raquel Lyra, professores têm data máxima para começar a receber a primeira parcela controversa dos precatórios do Fundef
por Cynara Maíra
Publicado em 01/08/2025, às 11h39 - Atualizado às 13h04
Ao comemorar o depósito da parcela controversa dos precatórios do Fundef, enviado pela União ao Supremo Tribunal Federal (STF) na quarta-feira (31), a governadora Raquel Lyra (PSD) deu uma previsão de quando os valores devem chegar à conta do Governo de Pernambuco: segunda-feira, 4 de agosto.
Com essa nova informação, os professores da rede estadual passam a ter uma previsão mais precisa de quando poderão, de fato, receber a primeira parcela da nova etapa dos precatórios.
Isso porque o decreto estadual 53.307/2022, assinado pelo ex-governador Paulo Câmara, determina que os pagamentos aos beneficiários devem ocorrer em até 60 dias após o recebimento dos recursos pelo Estado.
Se o valor for mesmo liberado pelo STF na data indicada por Raquel Lyra, os repasses dos precatórios do Fundef aos professores devem começar até, no máximo, dia 3 de outubro de 2025. Raquel Lyra afirmou que em até 30 dias repassará o valor.
O valor depositado na quarta (31) pelo governo federal ao STF corresponde à primeira parte da chamada “quarta parcela” dos precatórios do Fundef. O montante total será de R$ 1,1 bilhão, a ser pago em três anos: 40% em 2025, 30% em 2026 e 30% em 2027.
A primeira parcela depositada foi de R$ 559.688.791,99, segundo documentos acessados pelo Jamildo.com. Desse valor, 60% (cerca de R$ 335,8 milhões) serão destinados diretamente aos professores da rede estadual, incluindo ativos, aposentados e herdeiros, como estabelece a Emenda Constitucional 114/2021.
Os outros 40% (cerca de R$ 223 milhões) devem ser usados em investimentos na área da educação.
Com o depósito feito, o processo avança para as etapas finais no Supremo Tribunal Federal:
STF solicita ao Governo de Pernambuco os dados de uma conta específica da Educação;
Governo envia os dados bancários ao Supremo;
STF valida e autoriza a transferência do montante;
A partir daí, o Estado tem até 60 dias para pagar os professores.
Uma reunião entre o Sintepe e o Governo do Estado está marcada para segunda-feira (4), para discutir o andamento do processo.
O valor foi pago ainda no primeiro semestre nos dois últimos anos, mas atrasou após os parlamentares demorarem para aprovar o orçamento anual de 2025.
Com esse atraso, a União adiou o repasse ao STF. No ano de 2022, o valor iria ser pago em 8 de agosto, mas precisou ser adiado por problemas burocráticos. O início do pagamento começou no fim de agosto.
No PodJá- O podcast do Jamildo, a presidente do Sintepe, Ivete Caetano, explicou o caso, entenda:
A expectativa é que cerca de 35 mil profissionais da educação básica estadual recebam os valores da nova parcela, entre professores ativos, aposentados e herdeiros. O Sintepe tem reforçado que os beneficiários devem confiar apenas nos canais oficiais da entidade e evitar informações de grupos paralelos.
"O Sintepe e sua assessoria jurídica estão acompanhando e agilizando cada passo. Portanto, confiem nas informações que partem da nossa entidade", alertou Ivete.
A liberação dos valores neste ano só ocorreu no final de julho por conta do atraso na aprovação do Orçamento Geral da União de 2025. A votação no Congresso Nacional foi concluída apenas no primeiro trimestre, o que comprometeu o cronograma inicial, que previa os repasses entre maio e junho.
Em 2024, os valores chegaram ao Estado em abril e foram pagos em maio. Já em 2023, primeiro ano da gestão Raquel Lyra, os pagamentos começaram no fim de agosto.
Os precatórios do Fundef são fruto de uma ação judicial movida por estados contra a União, por repasses insuficientes ao fundo entre 1997 e 2006. O STF reconheceu o direito dos estados de receber valores corrigidos, com base em juros e atualização monetária.
A chamada “quarta parcela” só teve reconhecimento jurídico em 2024, após o Estado de Pernambuco e a Advocacia-Geral da União (AGU) firmarem um acordo.