Paralisações ocorrem entre professores estaduais e municipais de diversas cidades em movimentação nacional. Entenda razões das categorias
por Cynara Maíra
Publicado em 23/04/2025, às 08h55 - Atualizado às 09h51
Professores da rede estadual e de diversos municípios da Região Metropolitana do Recife realizam, nesta quarta-feira (23), paralisações como parte da mobilização nacional convocada pela Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE).
No Recife, os profissionais de ensino da rede estadual sairão em caminhada a partir das 9h, com concentração no Parque Treze de Maio e destino à Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe). Já os professores da rede municipal protestam em frente à Câmara de Vereadores, no mesmo horário.
As manifestações ocorrem em meio a uma série de reivindicações que envolvem tanto as condições estruturais das escolas quanto a valorização salarial dos docentes.
O Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Pernambuco (Sintepe) reivindica, entre outros pontos, a aplicação do reajuste de 6,27% em toda a carreira dos servidores da Secretaria de Educação do Estado, com acréscimo de 50% nos salários daqueles com licenciatura.
Também está na pauta a reformulação do Plano de Cargos, Carreira e Remuneração (PCCR), melhorias na merenda escolar, cobertura das quadras esportivas, requalificação das estruturas escolares e climatização de 100% das salas de aula da rede estadual.
O Sindicato convocou paralisações em todo o estado, o grupo ainda anunciou que realizará uma nova assembleia na quinta-feira (24), no Teatro Boa Vista, para avaliar a resposta do Governo de Pernambuco às demandas da categoria.
Na capital, o Sindicato Municipal dos Profissionais de Ensino da Rede Oficial (Simpere) também aderiu à paralisação, criticando o que classifica como descumprimento da Lei do Piso do Magistério por parte da gestão João Campos (PSB).
Segundo a entidade, o reajuste aplicado à categoria foi de apenas R$ 1 no valor do tíquete-alimentação. O sindicato cobra o repasse de 6,27% referentes ao reajuste de 2025 e mais 12,78% de perdas acumuladas de anos anteriores.
Além das questões salariais, os profissionais também denunciam o que chamam de baixo investimento na educação do Recife, alegando que apenas 1,5% do orçamento municipal teria sido destinado ao setor.
A paralisação também ocorre em outros municípios da Região Metropolitana. No Cabo de Santo Agostinho, professores realizam ato na Praça da Destilaria a partir das 7h.
A categoria denuncia defasagem salarial superior a 40% e ausência de propostas da prefeitura para negociação.
O plano de luta do Sindicato dos Professores do Cabo (SINPC) inclui, entre outras demandas, reajustes retroativos, melhorias estruturais nas escolas, contratação de psicopedagogos e adequações no estatuto do magistério.
Em Olinda, a paralisação será marcada por dois protestos em frente à Prefeitura: um às 8h30 e outro às 13h30.
Os professores municipais também denunciam congelamento salarial, salas superlotadas, falta de estrutura e ausência de material pedagógico.
De acordo com o sindicato da categoria (Sinpmol), a mobilização cobra reajuste do piso, melhores condições de trabalho e medidas concretas de valorização profissional.
As paralisações desta quarta-feira fazem parte da mobilização nacional em defesa da escola pública e devem seguir com novas discussões nas assembleias locais nas próximas semanas.