Após problema com provas, reunião na tarde de segunda definiu os próximos passos sobre certame em Igarassu para professores de Letras e pedagogia
por Cynara Maíra
Publicado em 10/06/2025, às 07h07 - Atualizado às 08h11
A Prefeitura de Igarassu, na Região Metropolitana do Recife, anunciou o cancelamento das provas para os cargos de Professor Polivalente (1º ao 5º ano) e Professor (6º ao 9º ano) de Língua Portuguesa do concurso público 001/2025.
A decisão, formalizada por edital em 09 de junho de 2025, ocorreu após um "equívoco no empacotamento" dos exames, que impossibilitou a realização das avaliações em um dos locais de aplicação no domingo (8).
O incidente, ocorrido no Prédio 029, Escola Técnica Estadual Jurandir Bezerra Lins, gerou revolta entre os candidatos. Muitos relataram ter viajado centenas de quilômetros e arcado com custos altos de hospedagem e transporte para realizar a prova.
O Instituto Nacional de Desenvolvimento Educacional e Capacitação (Indec), responsável pela organização do certame, confirmou o erro ainda no domingo por meio de nota oficial. Segundo o comunicado, “as provas foram trocadas entre os dois cargos, o que obrigou o cancelamento da aplicação no prédio”.
O Edital de Cancelamento de Prova, assinado pela prefeita Elcione da Silva Ramos Pedroza Barbosa em 09 de junho de 2025, detalha as próximas etapas para os candidatos afetados.
As provas aplicadas em 08/06/2025 para todos os candidatos aos cargos de Professor Polivalente e Professor de Língua Portuguesa foram canceladas. O gabarito dessas provas também não será publicado. Entre as reclamações dos candidatos que não fizeram a prova era de que saíram com gabarito em mãos, o que prejudicava a lisura do processo.
Todos os candidatos aptos, exceto os ausentes e eliminados na aplicação original, serão submetidos à reaplicação das provas.
A nova data será nesta sexta-feira, 13 de julho de 2025, com local e horário a serem divulgados em data oportuna no portal do Instituto Indec. Os nomes dos candidatos habilitados para a reaplicação serão publicados em um edital de convocação específico.
Para os candidatos que desistirem de fazer a prova reaplicada em 13 de julho de 2025, exceto os ausentes e os eliminados na aplicação ocorrida em 08/06/2025, será possível solicitar o reembolso do valor de inscrição.
O acesso para a solicitação de devolução dos valores pagos estará disponível no portal do Instituto Indec, durante o período de 12/06/2025 a 18/06/2025.
A decisão de cancelamento e reaplicação foi tomada após deliberação da Comissão do Concurso, em reunião realizada em 09/06/2025, conforme Ata de Reunião nº 05/2025. A Prefeitura de Igarassu, procurada pelo Jamildo.com, afirmou que contratou o Indec para a organização do concurso e que “todo o processo foi conduzido de forma regular, seguindo os trâmites legais”.
Em nota, o Executivo municipal declarou que “a responsabilidade pela elaboração e aplicação das provas é inteiramente do Instituto Indec, que teve total autonomia para conduzir o processo seletivo”.
As provas para outros cargos do concurso, realizadas em outros prédios no domingo, ocorreram dentro da normalidade, segundo o Indec.
Após a prova ser cancelada por conta do erro, professores postaram relatos nas redes sociais e afirmaram que faltava organização no processo.
Um dos vídeos, gravado por uma professora, descreveu a sequência dos acontecimentos: “Estávamos fazendo a avaliação quando o aplicador entrou na sala dizendo que a prova estava cancelada. Depois de uma hora de interrupção, fomos todos retirados do prédio. Estou indo agora a uma delegacia prestar queixa”.
Segundo os candidatos, o principal problema da situação foi a falta de informação: “Disseram que a prova ia ser remarcada, mas não informaram quando. O chefe de prédio, Rafael, passou de sala em sala comunicando o cancelamento, mas ninguém recolheu o material”, afirmou outra candidata.
Além dos erros no conteúdo e na logística, candidatos ainda apontaram falhas na formulação da própria avaliação. “A prova de língua portuguesa tinha erros de ortografia, palavras repetidas e questões mal formuladas. Como perguntar sobre concordância verbal e errar na própria questão?”, questionou uma candidata que afirma ter viajado 700 quilômetros para realizar a prova.