Erro na aplicação anula prova de concurso em Igarassu e revolta candidatos

Um erro no empacotamento de provas aplicadas no concurso público da Prefeitura de Igarassu, no domingo (8), levou ao cancelamento de avaliações aplicadas no prédio da ETE Jurandir Bezerra Lins, no período da tarde.

Os exames afetados eram destinados aos cargos de Professor Polivalente e Professor de Português. A falha gerou revolta entre os candidatos. Em vídeos nas redes sociais, alguns relataram ter viajado centenas de quilômetros e arcado com custos altos de hospedagem e transporte.

O Instituto Nacional de Desenvolvimento Educacional e Capacitação (Indec), responsável pela organização do certame, confirmou o erro ainda no domingo por meio de nota oficial.

Segundo o comunicado, “as provas foram trocadas entre os dois cargos, o que obrigou o cancelamento da aplicação no prédio citado”. Ainda de acordo com o Indec, uma reunião com a comissão do concurso está marcada para esta segunda-feira (9) no fim da tarde, com o objetivo de definir “as medidas que serão adotadas para resolver o problema, através da reaplicação da prova em data e horário que serão devidamente divulgados”.

Participantes denunciam prejuízos

Candidatos presentes no local divulgaram vídeos denunciando a falta de organização e cobrando explicações. Em uma das gravações, uma mulher relata: “Enviaram para a gente a prova errada de português 2, do sexto ao nono ano. Estamos aqui aguardando uma providência deles”.

Outro participante conta ter vindo de Tabira, no Sertão, e diz ter gastado mais de R$ 350 com a viagem. “Fiquei na rodoviária das três e meia da manhã até sete e meia, esperando um rapaz de Arcoverde me levar ao local. E agora? Como fica?”

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Um dos vídeos, gravado por uma professora, descreve a sequência dos acontecimentos: “Estávamos fazendo a avaliação quando o aplicador entrou na sala dizendo que a prova estava cancelada. Depois de uma hora de interrupção, fomos todos retirados do prédio. Estou indo agora a uma delegacia prestar queixa”.

Segundo os candidatos, o principal problema da situação foi a falta de informação: “Disseram que a prova ia ser remarcada, mas não informaram quando. O chefe de prédio, Rafael, passou de sala em sala comunicando o cancelamento, mas ninguém recolheu o material”, afirmou outra candidata.

Ela também relatou que deixou a sala com o gabarito da prova em mãos, sem qualquer fiscalização, o que, segundo os participantes, compromete a lisura e a equidade do certame.

Além dos erros no conteúdo e na logística, candidatos ainda apontaram falhas na formulação da própria avaliação. “A prova de língua portuguesa tinha erros de ortografia, palavras repetidas e questões mal formuladas. Como perguntar sobre concordância verbal e errar na própria questão?”, questionou uma candidata que afirma ter viajado 700 quilômetros para realizar a prova.

“Não se trata apenas de remarcar a prova. É preciso reparar o prejuízo causado a centenas de candidatos que se dedicaram, investiram e foram desrespeitados”, declarou uma das candidatas, que pretende mover ação judicial contra a organizadora.

O que diz a Prefeitura

Procurada pelo Jamildo.com, a Prefeitura de Igarassu afirmou que contratou o Indec para a organização do concurso e que “todo o processo foi conduzido de forma regular, seguindo os trâmites legais”.

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Em nota, o Executivo municipal declarou que “a responsabilidade pela elaboração e aplicação das provas é inteiramente do Instituto Indec, que teve total autonomia para conduzir o processo seletivo”.

Embora o Indec tenha admitido o erro e prometido uma nova aplicação, ainda não há data definida para a reaplicação das provas. O concurso prevê oportunidades para diversos cargos e teve provas realizadas em outros prédios no domingo, que, segundo o Indec, ocorreram dentro da normalidade.

A expectativa é de que a comissão organizadora e o instituto anunciem oficialmente, ainda hoje, um novo cronograma para os candidatos afetados.