Maioria dos produtos exportados por Pernambuco não entraram na lista de isenção dos Estados Unidos. Tarifaço gera aumento de 50% na tarifa de exportações
por Cynara Maíra
Publicado em 10/09/2025, às 08h25 - Atualizado às 10h00
Segundo levantamento feito pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo de Pernambuco (Fecomércio-PE), as exportações de Pernambuco registraram uma queda de 49% em agosto de 2025, na comparação com o mesmo mês do ano anterior.
A partir dos dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (MDIC), a Fecomércio indica que o valor total das vendas para o exterior somou US$ 89 milhões em agosto e uma queda de US$ 7 milhões nas exportações diretas para os Estados Unidos em um mês.
A Governo de Pernambuco estima um prejuízo de R$ 377 milhões para a economia do estado com o tarifaço.
Esses resultados menores ocorrem no primeiro mês de vigência do tarifaço imposto pelos Estados Unidos aos produtos brasileiros. A medida, anunciada pelo presidente Donald Trump, aplica uma taxa de 50% sobre itens exportados do país.
De acordo com o portal Movimento Econômico, os principais impasses foram na exportação de açúcar, uvas e mangas. A exportação do produto feito com a cana-de-açúcar nem teria sido exportado no mês de agosto.
O volume de mangas vendidas para os Estados Unidos também deve diminuir, caindo de 48 mil toneladas para 13.
Para mitigar os prejuízos, o Governo Federal editou a Medida Provisória 1.309/2025, que cria o programa
Brasil Soberano e libera R$ 30 bilhões para compensar os exportadores. Entre as ações previstas estão:
Novas linhas de financiamento;
Prorrogação de prazos para o regime de drawback;
Autorização para compra, pelo poder público, de alimentos que deixaram de ser exportados, como uva e manga, para abastecer programas como o de merenda escolar.
A governadora Raquel Lyra (PSD) também havia anunciado a criação de um grupo de trabalho para dialogar com os setores produtivos e buscar a abertura de novos mercados, como Europa e China.
O impacto comercial da medida já reflete na opinião pública. Pesquisa Genial/Quaest de agosto mostrou que a avaliação positiva dos Estados Unidos entre os brasileiros caiu de 56% para 44% no último ano, enquanto a imagem positiva da China subiu de 34% para 49% no mesmo período.
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