Em dez dias, este foi o prazo que o ministro Sílvio Costa Filho previu para a aprovação do projeto de reforma tributária, na Câmara dos Deputados
por Jamildo Melo
Publicado em 07/12/2024, às 05h59
O ministro de Portos e Aeroportos, Sílvio Costa Filho, do Republicanos, disse aos empresários da Federação das Indústrias de Pernambuco (Fiepe), nesta sexta-feira, que a reforma tributária será aprovada no Congresso Nacional em dez dias.
A fala aconteceu no evento de final de ano da entidade empresarial, eme evento na zona norte da capital.
O prefeito João Campos e a governadora Raquel Lyra também prestigiaram o evento.
Demonstrando muito otimismo, o ministro deu uma mensagem de otimismo e esperança na fala e fez uma defesa do governo Lula 3, lembrando que, ao assumir o governo, o mercado financeiro fazia previsões críticas em relação ao crescimento, emprego e inflação.
"Falava-se que o emprego ia subir, e houve recuperação. Também se dizia que a inflação iria subir, e está controlada. Também se dizia que o Brasil não ia crescer e já estamos no terceiro ano consecutivo com crescimento do PIB na faixa dos 3%", resumiu.
"Precisamos ter fé na vida, fé no que virá", sugeriu.
A defesa do governo Lula ocorre na mesma semana em que saiu uma pesquisa nacional com 120 executivos do mercado financeiro subindo a avaliação negativa do governo Lula, depois do anúncio do pacote de ajuste fiscal do ministro Haddad. Os analistas financeiros também estão pessimistas e afirmaram que o pacote enfrentará dificuldades para ser aprovado no Congresso Nacional.
No seu discurso, o presidente da Fiepe soprou, mas também mordeu.
"O cenário econômico brasileiro apresentou sinais de recuperação ao longo do ano. Apesar das incertezas globais, nossa economia mostrou avanços em áreas como investimentos em infraestrutura, crescimento da produção industrial e recuperação de segmentos importantes para o mercado interno" afirmou, inicialmente.
"Contudo, a inflação superou novamente o teto da meta, o que fez com que a taxa Selic subisse para 11,25% e com projeção de novos aumentos. O que nos coloca como um dos países com maiores juros reais do mundo, desestimulando o investimento produtivo, aumentando o custo do crédito e dificultando a expansão e modernização industrial. Fatores que se agravam com a valorização do dólar, que pressiona os custos de produção, especialmente para aquelas que dependem de insumos importados", criticou depois.
O projeto de reforma tributária do Brasil está em uma fase avançada de discussão no Congresso Nacional. Recentemente, o relator da regulamentação da reforma tributária no Senado Federal, senador Eduardo Braga (MDB-AM), indicou que fará a leitura de seu parecer na próxima segunda-feira (9).
A votação na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) está prevista para quarta-feira (11).
Caso seja aprovado, o projeto seguirá para o plenário do Senado e, posteriormente, para a Câmara dos Deputados.
A reforma propõe a implementação do Imposto sobre Valor Adicionado (IVA) dividido em Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS) para a União e Imposto sobre Bens e Serviços (IBS) para estados e municípios.
A ideia é simplificar o sistema tributário, torná-lo mais justo e transparente, além de reduzir a carga tributária sobre o consumo.
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