Entrada dos imóveis pode ficar mais cara para consumidores de baixa renda, com elevação de custos do setor de construção civil com reforma tributária
por Jamildo Melo
Publicado em 05/09/2024, às 07h38
O presidente da Câmara Brasileira da Indústrias da Construção (Cbic), Renato de Sousa Correia, em conversa exclusiva com o site Jamildo.com, disse que a reforma tributária vai elevar a carga tributária do setor e, como resultado prático indesejável, deve provocar um aumento da entrada exigida dos consumidores na compra de imóveis.
O efeito pode prejudicar principalmente os consumidores de mais baixa renda, cuja entrada é o maior empecilho para a compra do imóvel.
A entidade aposta na mobilização para tentar impedir efeitos duradouros. "Não deu tempo de conversar e alertar todos os deputados federais (medida já passou pela Câmara dos Deputados), mas agora vamos discutir o tema com os senadores (a proposta está em análise na Casa Alta)", explicou.
Pior: Um ponto importante é que a reforma pode afetar nem tanto o bom momento, uma vez que levará alguns anos para ser colocada em prática, mas terá efeito pelas próximas décadas.
"A reforma tributária, se implementada sem os devidos cuidados, pode ter um impacto significativo no setor da construção civil, elevando o custo dos imóveis e dificultando o acesso à moradia para a população de baixa renda. É fundamental que o governo avalie cuidadosamente os impactos da reforma e adote medidas para mitigar seus efeitos negativos, garantindo a continuidade do desenvolvimento do setor e o acesso à moradia para todos".
Renato de Sousa Correia disse que o temor do setor é que a reforma acabe afetando o bom momento da construção no Brasil, em um cenário favorável com juros mais baixos, economia estável e diminuição do desemprego nacionalmente.
A reforma tributária é um tema complexo e de grande impacto para a economia brasileira, e o setor da construção civil não está imune a suas consequências. A principal preocupação é se a reforma irá elevar o custo dos imóveis e afetar, consequentemente, o acesso à moradia por parte da população de baixa renda.
No caso, o aumento dos preços pode ocorrer, elevando o custo dos imóveis, em virtude do aumento dos custos de produção e da possível redução de incentivos fiscais. A situação é injusta socialmente porque, especialmente a parte da população de baixa renda, já enfrenta dificuldades para acessar o mercado imobiliário.
Na conversa com oBlog do Jamildo, o presidente da Cbic elogiou a governadora Raquel Lyra pela criação do programa Morar Bem, que custeia justamente a entrada para os consumidores de mais baixa renda, possibilitando o acesso ao bem.
"Por meio do Minha Casa Minha Vida Cidades, até os deputados podem destinar emendas para essa finalidade, ajudando os governos e a população de menor renda. Casos os prefeitos façam a adesão, cada um pode destinar R$ 20 mil para o programa e a casa própria ficaria mais próxima para as pessoas de mais baixa renda"
Aumento dos custos de produção: A reforma tributária pode aumentar a carga tributária sobre insumos utilizados na construção civil, como materiais de construção, equipamentos e mão de obra. Esse aumento de custos pode ser repassado para o consumidor final, elevando o preço dos imóveis.
Encargos financeiros: A reforma também pode afetar os encargos financeiros das empresas do setor, como impostos sobre o lucro e contribuições sociais. Isso pode reduzir a margem de lucro das construtoras e incorporadoras, impactando a oferta de novos imóveis e os investimentos no setor.
Impacto no crédito imobiliário: As novas regras tributárias podem influenciar as condições de crédito para a aquisição de imóveis, tanto para as empresas quanto para os consumidores. Aumento das taxas de juros ou redução do prazo para pagamento podem dificultar o acesso ao crédito imobiliário, especialmente para a população de baixa renda.
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